A ex-presidente Dilma Rousseff foi reconduzida ao cargo de presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos BRICS, para um novo mandato de cinco anos.
A decisão foi anunciada neste domingo (23), durante o Fórum de Desenvolvimento da China, em Pequim.
Dilma havia assumido o posto em abril de 2023, com previsão de encerramento em julho de 2025. No entanto, a renovação ocorreu de forma antecipada, como resultado de um acordo político dentro do bloco.
A articulação contou com apoio direto da Rússia, que, pelo rodízio entre os países membros, seria a responsável por indicar o próximo presidente.
O prolongamento da gestão de Dilma foi visto como uma solução para garantir a estabilidade institucional do NBD. Com a Rússia sob sanções internacionais, sua liderança poderia gerar impasses diplomáticos e financeiros para o banco.
A permanência da ex-presidente brasileira assegura continuidade administrativa em um momento de grandes transformações geopolíticas.
Criado em 2014, o Banco dos BRICS financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países emergentes.
Sob a presidência de Dilma, a instituição tem buscado ampliar sua atuação para além dos países fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), atraindo novos membros e consolidando alternativas de financiamento fora do sistema financeiro ocidental tradicional.
O anúncio também reforça a parceria estratégica entre Brasil e Rússia dentro do bloco. Para analistas, a escolha por manter Dilma no cargo reflete tanto a confiança de Pequim em sua gestão quanto a necessidade de evitar desgastes internacionais com a entrada da Rússia no comando do banco neste momento.
Com a renovação, Dilma Rousseff terá mais cinco anos para conduzir os planos de expansão do NBD, que incluem aumentar a base de empréstimos em moedas locais e fortalecer o papel do banco como alternativa ao Banco Mundial e ao FMI.
A decisão é vista como um passo importante para consolidar o protagonismo do BRICS no cenário global e reafirma a relevância do Brasil dentro do bloco, especialmente em um período de disputas econômicas e rearranjos diplomáticos.