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Por que primeiro-ministro da França renunciou ao cargo? Entenda!

Queda do quarto premiê em menos de dois anos amplia crise política e pressiona presidente Emmanuel Macron a buscar novo líder para governo minoritário

O primeiro-ministro da França, François Bayrou, entregou sua carta de renúncia ao presidente Emmanuel Macron nesta terça-feira (9), um dia após ter sido derrubado pelo Parlamento francês. A saída de Bayrou aprofunda a crise do governo, que já enfrenta dificuldades para manter estabilidade política e aprovar o Orçamento.

Segundo a agência ‘AFP’, Bayrou chegou ao Palácio Eliseu por volta das 13h30 no horário local (8h30 em Brasília) e deixou o local cerca de uma hora depois. Pouco depois, o governo confirmou oficialmente sua renúncia em comunicado publicado no site oficial da presidência.

O gabinete de Macron informou que o nome do novo premiê será anunciado “nos próximos dias”.

Por que Bayrou caiu?

A queda de François Bayrou foi resultado direto da rejeição ao Orçamento de 2026, que previa cortes de 44 bilhões de euros. A proposta gerou forte resistência no Parlamento, já profundamente polarizado.

Outros fatores agravaram a situação:

  • Aumento da dívida pública, que chegou a 113,9% do PIB;

  • Déficit de 2024 quase o dobro do limite de 3% permitido pela União Europeia;

  • Pressão crescente da oposição, que pede a renúncia de Macron ou a convocação de eleições antecipadas.

Bayrou foi o quarto primeiro-ministro francês em menos de dois anos a deixar o cargo. Seu antecessor, Michel Barnier, também caiu após não conseguir aprovar o orçamento no ano passado.

O que acontece agora?

Apesar da renúncia, existe a possibilidade de que Bayrou permaneça como premiê interino até que Macron defina um substituto. Ainda não há prazo oficial para o anúncio, mas o Palácio Eliseu assegura que a escolha será feita em breve.

Quem assumir enfrentará o mesmo desafio: equilibrar as contas públicas e conquistar apoio parlamentar para aprovar medidas econômicas.

Emmanuel Macron
Foto: Reprodução/Instagram

Possíveis sucessores

Entre os nomes mais cotados para substituir Bayrou estão:

  • Eric Lombard, ministro das Finanças, alinhado ao centro;

  • Bernard Cazeneuve, ex-primeiro-ministro socialista, de centro-esquerda;

  • Pierre Moscovici, chefe do Tribunal de Contas e ex-ministro, também de centro-esquerda;

  • Sébastien Lecornu, ministro da Defesa, de centro-direita.

Pressão nas ruas e nas redes

A saída de Bayrou foi celebrada em diferentes cidades francesas. Nas redes sociais, o movimento Bloquons Tout (“Vamos bloquear tudo”) anunciou protestos nacionais para a próxima quarta-feira, dia 10 de setembro.

Além disso, sindicatos já convocaram greves e manifestações para 18 de setembro, o que deve aumentar a pressão sobre o governo Macron.

A França tem uma longa tradição de protestos populares que remonta à sua própria história, marcada pela Revolução Francesa de 1789, um dos maiores símbolos da luta social no mundo.

Desde então, manifestações se tornaram parte da cultura política do país, com cidadãos habituados a ir às ruas para expressar insatisfação e pressionar mudanças.

Por isso, diante da atual crise no governo, não surpreende que os franceses recorram novamente aos protestos como forma de reivindicar seus interesses.

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

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