Data...

Polêmica no Carnaval: deputado questiona governo sobre desfile de Dom Pedro II

Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) pediu explicações ao Ministério da Cultura sobre o uso de recursos públicos no Carnaval 2025 após o desfile da Tucuruvi, que retratou Dom Pedro II decapitado

O Carnaval 2025 segue gerando repercussões políticas e culturais após o desfile da Acadêmicos do Tucuruvi, que apresentou Dom Pedro II decapitado em um carro alegórico.

A representação, parte do enredo que abordava a resistência indígena, provocou críticas e motivou um pedido de esclarecimento formal ao governo federal.

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) (descendente direto da família imperial) encaminhou ao Ministério da Cultura (MinC), no dia 6 de março, um requerimento solicitando informações sobre os recursos públicos destinados ao Carnaval deste ano.

Segundo o parlamentar, manifestações como a da Tucuruvi “podem ser interpretadas como incitação ao ódio e desrespeito histórico”.

Em nota, a Casa Imperial do Brasil repudiou a alegoria e defendeu o legado do imperador. “Dom Pedro II foi um governante que apoiou os povos indígenas, estudou o tupi-guarani e promoveu políticas de integração e educação”, afirmou o comunicado.

A Acadêmicos do Tucuruvi, por sua vez, sustentou que o enredo buscou valorizar a cultura indígena e provocar reflexão sobre os impactos da colonização.

A escola afirmou que a imagem do imperador decapitado foi uma metáfora simbólica sobre a ruptura com o colonialismo e o poder centralizador.

Apesar das explicações, o desfile gerou divisões entre o público, historiadores e parlamentares. Enquanto parte da crítica elogiou a ousadia artística e o debate proposto, outros consideraram o ato desrespeitoso e politizado.

Após o resultado das apurações, a Tucuruvi foi rebaixada para o Grupo de Acesso do Carnaval 2026, o que intensificou o debate sobre a relação entre arte, história e financiamento público.

O Ministério da Cultura ainda não se pronunciou oficialmente sobre o requerimento. Nos bastidores, técnicos da pasta destacam que o Carnaval é uma manifestação de livre expressão cultural, e que os repasses seguem critérios de fomento à cultura popular, não de conteúdo temático.

A polêmica reacende discussões sobre liberdade artística, responsabilidade simbólica e uso de verbas públicas em produções culturais que dialogam com a história e a identidade nacional.

José Elias

José Elias Mendes, mais conhecido como Dolfo, já foi reconhecido pelo ranking Top 10 Jornalistas Brasileiros do LinkedIn. Por lá, fala um pouquinho de tudo e está sempre aberto a conversar. Por aqui, atua como repórter para o site do OCorre News.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Envie sua notícia!

Participe do OCorre enviando notícias, fotos ou vídeos de fatos relevantes.
Preencha o formulário abaixo e, após verificação de nossa equipe, seu conteúdo poderá ser publicado.