O Itaú Unibanco realizou nesta segunda-feira (8) uma rodada de demissões em massa, atribuídas a “problemas de produtividade” e dificuldades de “aderência cultural” entre parte de seus colaboradores.
A informação foi confirmada pela própria instituição em nota enviada à imprensa, embora o número exato de funcionários desligados não tenha sido divulgado.
Justificativa do banco
Em comunicado oficial, o Itaú afirmou que “realiza avaliações de desempenho e alinhamento cultural como parte de sua gestão de pessoas”. Sobre os cortes, acrescentou:
“Os desligamentos de hoje foram conduzidos de forma criteriosa, considerando diversos aspectos do trabalho e a aderência às necessidades atuais do banco.
Essas ações têm como objetivo fortalecer nossa cultura organizacional e a entrega de resultados”.
Impacto e repercussão
Nas redes sociais, relatos sobre as dispensas começaram a circular ainda no fim da manhã. Segundo publicações, os cortes teriam atingido funcionários que ligavam seus computadores no home office, mas não apresentavam regularidade nas entregas.
Atualmente, o banco conta com aproximadamente 100 mil colaboradores. Embora o Itaú não tenha confirmado números, especulações nas redes sugerem que até mil pessoas possam ter sido afetadas.
Contexto no setor
As demissões ocorrem em meio a um cenário de transformação no setor bancário, marcado pela digitalização dos serviços financeiros e pelo aumento da concorrência com fintechs.
Instituições tradicionais, como o Itaú, vêm reforçando políticas de eficiência e cultura organizacional como estratégia para manter competitividade.
Histórico do Itaú: de banco regional a gigante da América Latina
Fundado em 1945, o Itaú Unibanco é hoje considerado o maior banco privado da América Latina, resultado da fusão entre o Banco Itaú e o Unibanco, em 2008.
Com sede em São Paulo, a instituição consolidou sua presença em diversos países e é referência no setor financeiro por seu porte, inovação em serviços digitais e forte atuação no mercado de crédito e investimentos.
Atualmente, o banco emprega cerca de 100 mil colaboradores e atende milhões de clientes no Brasil e no exterior.
Walter Salles: cineasta premiado e herdeiro do Itaú Unibanco
O diretor Walter Salles, conhecido por filmes como ‘Central do Brasil’ e pelo recente ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional ‘Ainda Estou Aqui’, carrega uma curiosidade pouco lembrada fora do meio financeiro: ele é herdeiro de uma das famílias controladoras do Itaú Unibanco, o maior banco privado da América Latina.
Salles pertence ao tradicional clã Moreira Salles, fundador do antigo Unibanco, que em 2008 se fundiu ao Itaú para dar origem à instituição que hoje domina o setor bancário brasileiro.
Apesar de sua ligação familiar, Walter seguiu outro caminho: construiu carreira sólida no cinema e ganhou destaque internacional, tornando-se um dos cineastas mais premiados do país.
Já seu irmão, Pedro Moreira Salles, optou pela trajetória empresarial e atualmente preside o Conselho de Administração do Itaú Unibanco, exercendo papel central na gestão da instituição.
A família Moreira Salles, à qual pertence o cineasta Walter Salles, é reconhecida como a mais rica do Brasil. Segundo levantamento da ‘Terra’, o patrimônio consolidado da família é estimado em US$ 23,4 bilhões (cerca de R$ 128 bilhões), incluindo figuras como Fernando, Pedro, Walter e João Moreira Salles.
A fortuna foi construída sobretudo a partir do setor bancário e ampliada com investimentos estratégicos em áreas como a mineração de nióbio e o mercado financeiro.
