A atriz Fernanda Torres não levou o Oscar de Melhor Atriz por seu papel em Ainda Estou Aqui, mas fez história ao representar o Brasil na principal categoria de atuação feminina.
A estatueta ficou com Mikey Madison, premiada por sua performance no drama Anora.
A cerimônia ocorreu na noite de 2 de março de 2025, no tradicional Dolby Theatre, em Los Angeles, e consagrou Madison como uma das grandes revelações do ano.
A atriz já havia vencido o BAFTA e o Independent Spirit Awards pelo mesmo papel, consolidando seu favoritismo na temporada.
Além das duas atrizes, também concorriam Demi Moore (A Substância), Cynthia Erivo (Wicked) e Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez).
Emocionada, Mikey Madison agradeceu à equipe de Anora e destacou o impacto das histórias femininas no cinema contemporâneo.
Mesmo sem a vitória, a presença de Fernanda Torres foi considerada um marco histórico: ela se tornou a segunda brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz, 26 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, concorrer por Central do Brasil em 1999.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, retrata a trajetória de Eunice Paiva (interpretada por Torres) durante a ditadura militar, após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva.
A produção foi aplaudida pela crítica internacional e, além da indicação de Torres, conquistou o prêmio de Melhor Filme Internacional, a primeira vitória do Brasil na história da categoria.
Com isso, o país fecha o Oscar 2025 com um feito duplo: uma conquista inédita e um reconhecimento simbólico para o cinema nacional.
A atuação de Fernanda Torres, amplamente elogiada por veículos como Variety e The Hollywood Reporter, foi considerada “intensa, contida e emocionalmente devastadora”.
Mesmo sem a estatueta individual, a noite reforçou o protagonismo do Brasil na maior premiação do cinema mundial e uniu, mais uma vez, duas gerações de Fernandas em uma mesma história de arte e resistência.