O bairro Prenestino, na região leste de Roma, acordou sob impacto de uma explosão que abalou não apenas as estruturas físicas, mas também a sensação de segurança de centenas de moradores. Na manhã desta quinta-feira, uma forte detonação em um posto de gasolina deixou 27 pessoas feridas — entre elas, dez policiais e um bombeiro — e levou à evacuação emergencial de cerca de 200 residentes.
A origem do incidente, segundo as autoridades locais, teria sido um vazamento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) durante uma operação de reabastecimento. A explosão foi tão intensa que danificou imóveis no entorno, lançou destroços pelas ruas vizinhas e obrigou o bloqueio de várias vias.
Vazamento de GLP é a principal hipótese
De acordo com a Defesa Civil italiana, os indícios iniciais apontam que o GLP vazou de um caminhão-tanque que realizava a entrega no posto. O gás teria se acumulado e entrado em combustão com uma faísca ainda não identificada, gerando uma explosão de grande magnitude.
Testemunhas relataram um estrondo seguido de uma coluna de fogo e fumaça que se ergueu por mais de 20 metros. “Pensei que fosse um terremoto”, disse Marco Bellini, morador da área. “O chão tremeu, e a janela do meu quarto quebrou com a pressão.”
A explosão aconteceu por volta das 8h30 da manhã (horário local), em uma área movimentada tanto por trânsito quanto por pedestres, o que contribuiu para o alto número de feridos.
Feridos e estado de saúde
Das 27 pessoas atingidas, ao menos duas seguem internadas em estado grave — incluindo um policial e um funcionário do posto que estava próximo ao caminhão no momento da explosão. O Corpo de Bombeiros informou que o risco de queimaduras graves foi alto, e o atendimento de emergência precisou ser reforçado com ambulâncias de toda a cidade.
Vários policiais estavam no local justamente para acompanhar o abastecimento com GLP, considerado delicado por envolver combustível pressurizado. Um deles, atingido no rosto por estilhaços, está em observação em um hospital da região.
Evacuação em massa e pânico nas ruas
As autoridades decidiram evacuar cerca de 200 pessoas que moram ou trabalham em um raio de 300 metros do posto, por precaução. O risco de uma nova explosão ou de vazamentos residuais do gás fez com que escolas e comércios também fossem esvaziados rapidamente.
A evacuação gerou pânico entre os moradores. Muitos saíram com pressa, sem tempo para pegar pertences, ainda sob impacto da explosão. Crianças choravam e idosos recebiam ajuda de vizinhos para descer escadas e alcançar áreas seguras.
Em nota, a prefeitura de Roma afirmou que “todas as medidas de contenção e segurança estão sendo aplicadas com máxima prioridade” e que a área permanecerá interditada até novo aviso.
O que é o GLP e por que preocupa
O Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido como GLP, é amplamente utilizado como combustível em postos, residências e indústrias. Apesar de sua eficiência energética, é altamente inflamável e precisa ser manuseado com rigorosos protocolos de segurança.
O acidente em Roma reacende o debate sobre o uso de GLP em áreas densamente povoadas. Especialistas em segurança alertam que o armazenamento e o transporte do gás devem seguir padrões internacionais rígidos, sob pena de expor comunidades inteiras a riscos severos.
Reações e apelos por investigação rigorosa
O prefeito da cidade, Roberto Gualtieri, visitou o local e pediu uma investigação urgente. “Não podemos permitir que um processo de rotina como o abastecimento de combustível ponha em risco vidas humanas”, afirmou.
A promotoria de Roma já abriu inquérito para apurar as responsabilidades, incluindo a empresa fornecedora de GLP, os operadores do posto e a transportadora do caminhão-tanque.
O Ministério da Transição Ecológica também foi acionado para acompanhar o caso, devido à possível contaminação ambiental na área.
Mais do que números, são vidas interrompidas por descuido
O acidente no bairro Prenestino não é apenas uma estatística a ser somada em relatórios de segurança industrial. Ele representa histórias interrompidas, traumas emocionais e dúvidas sobre a segurança da infraestrutura urbana que sustenta o cotidiano dos cidadãos.
Entre os feridos, há uma mulher grávida que passava pela calçada no momento da explosão, dois entregadores que faziam entregas em scooters e um idoso de 72 anos que estava indo à farmácia. Todos sobreviventes — mas profundamente impactados por um evento que poderia ter sido evitado.
Conclusão: o que fica depois do estrondo
Enquanto Roma tenta se recuperar do susto, a explosão levanta questionamentos importantes sobre como políticas de segurança, fiscalização e prevenção estão sendo aplicadas — e se são suficientes diante da complexidade urbana contemporânea.
As próximas horas serão decisivas para compreender o que deu errado, quem falhou e como evitar que o que aconteceu em Prenestino se repita em qualquer outra cidade. Porque, no fim, a proteção da vida é o único combustível que jamais pode faltar.