A base aérea de Brize Norton, em Oxfordshire, no centro da Inglaterra, foi invadida por ativistas pró-Palestina nesta sexta-feira (20).
De acordo com comunicado divulgado pelo grupo Palestine Action, dois integrantes conseguiram acessar a área restrita e danificaram aeronaves militares utilizadas pela Força Aérea Real (RAF) para reabastecimento e transporte.
Segundo os ativistas, os alvos foram aviões Voyager, que tiveram seus motores e fuselagens atingidos com tinta vermelha e golpes de pé de cabra.
O grupo também informou ter pulverizado tinta na pista e deixado uma bandeira palestina no local. Até o momento, não foi detalhada a extensão dos danos às aeronaves, mas imagens do incidente foram publicadas no X (antigo Twitter).
Em nota, o Palestine Action justificou a ação afirmando que, apesar das críticas públicas do governo britânico a Israel, o Reino Unido segue fornecendo apoio logístico e militar, incluindo voos de espionagem sobre Gaza e reabastecimento de caças americanos e israelenses.
A repercussão política foi imediata. O primeiro-ministro Keir Starmer classificou o episódio como “vergonhoso”, enquanto o ministro da Defesa, John Healey, declarou que o ato de vandalismo foi “totalmente inaceitável”.
Healey determinou a abertura de uma investigação oficial e uma revisão ampla da segurança em bases militares do país.
A base de Brize Norton é considerada uma das mais estratégicas do Reino Unido, sendo responsável por grande parte das operações aéreas de transporte de tropas e suprimentos, além de reabastecimento em voo.
Por isso, o ataque levanta preocupações sobre falhas de segurança e possíveis riscos à infraestrutura militar britânica.
O Palestine Action vem promovendo uma série de protestos e ações diretas contra empresas britânicas ligadas ao setor de defesa e que mantêm contratos com Israel desde o início da guerra em Gaza.
A organização já havia realizado ataques contra fábricas de armamentos e escritórios de companhias do setor.
Enquanto isso, ativistas comemoraram a ação nas redes sociais como uma forma de expor a contradição da política externa britânica. Do outro lado, críticos alertam que episódios desse tipo podem levar a medidas de repressão mais duras e aumentar a tensão em torno dos protestos pró-Palestina no país.