Um adolescente de 14 anos foi apreendido após confessar ter matado os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro.
Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta-feira (25) em uma cisterna na casa da família, durante perícia solicitada pela 143ª DP. O jovem responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver.
O caso chegou à polícia na noite de terça-feira (24), quando a avó paterna levou o neto para registrar o desaparecimento dos familiares.
Aos agentes, o garoto alegou que o irmão havia se engasgado com um caco de vidro e que os pais teriam saído em um carro de aplicativo para levá-lo ao hospital. Como não retornaram, a avó decidiu procurar ajuda. Uma ronda em unidades de saúde, porém, não encontrou registros da família.
Na manhã seguinte, peritos identificaram manchas de sangue e roupas queimadas no quarto do casal. Um forte odor levou os agentes até a cisterna, onde estavam os corpos.
Confrontado com as evidências, o adolescente confessou o crime. Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, ele relatou ter dado tiros na cabeça dos pais e no pescoço do irmão. “Perguntamos por que matou o menino, e ele disse que foi para poupá-lo da perda dos pais”, afirmou o policial.
A polícia trabalha com duas hipóteses principais. A primeira aponta para um namoro virtual que o adolescente mantinha com uma menina de 15 anos do Mato Grosso, conhecido em jogos online. Os pais teriam proibido a viagem para encontrá-la, o que teria motivado a chacina.
A segunda linha de investigação envolve o interesse em valores do FGTS do pai, cerca de R$ 33 mil. O jovem pesquisou no celular sobre como sacar o benefício após a morte. Para a polícia, independentemente da motivação, trata-se de crime com motivo fútil.
Planejamento do adolescente
O adolescente relatou que tomou um suplemento pré-treino para se manter acordado, esperou os familiares dormirem e usou a arma do pai, guardada sob o colchão. Depois, arrastou os corpos até a cisterna, usando produto de limpeza para disfarçar os rastros de sangue.
Segundo o delegado, o jovem demonstrou frieza e ausência de arrependimento. “Disse que faria tudo de novo. Mostrou traços de psicopatia”, concluiu Guimarães.