Depois de alguns posts enigmáticos nas redes, Tyler, the Creator lançou nesta segunda-feira (21) o álbum Don’t Tap the Glass.
O projeto tem 10 faixas, cerca de 30 minutos de duração e foi descrito pelo rapper como uma obra voltada para a pista de dança, inspirada na sensação de liberdade que só o movimento pode trazer.
Em um texto compartilhado no lançamento, Tyler refletiu sobre como a exposição nas redes sociais estaria sufocando a espontaneidade de dançar em público.
“Uma forma natural de expressão e uma conexão que eles tinham com a música agora virou fantasma”, escreveu.
A inspiração veio de uma listening party sem celulares nem câmeras, com 300 pessoas dançando, se expressando e suando ao som do álbum.
Sem singles prévios, o lançamento surpreende até para os padrões do artista, que já havia encurtado os anúncios em Igor (2019) e Call Me If You Get Lost (2021). A faixa de abertura, “Big Poe”, apresenta um novo alter ego de Tyler e traz sample de Pass the Courvoisier Part II, clássico de Busta Rhymes, P. Diddy e Pharrell Williams.
Don’t Tap the Glass é, segundo o próprio rapper, um disco que pede volume máximo e movimento — seja dançar, dirigir ou correr.
Leia o texto de Tyler The Creator na íntegra (traduzido do inglês):
“Perguntei a alguns amigos por que eles não dançam em público e alguns disseram que é por medo de serem filmados. Pensei: caramba, uma forma natural de expressão e uma conexão que eles tinham com a música agora virou fantasma. Isso me fez pensar em quanto do nosso espírito humano foi sufocado por medo de virar meme, tudo isso só por tentar se divertir.
Acabei de voltar de uma ‘listening party’ para esse álbum e cara, foi uma das melhores noites da minha vida. 300 pessoas. Sem celulares. Sem câmeras. Só caixas de som e um ambiente suado. Todo mundo dançando, se mexendo, se expressando, suando. Foi realmente lindo.
Toquei o álbum inteiro duas vezes, e parecia que aquela energia acumulada finalmente foi liberada, e a gente desejava soltar ainda mais. Havia uma liberdade que tomou conta do espaço. Uma bola de energia que talvez nem todos os alto-falantes consigam transmitir, mas naquela sala foi certeiro.
Esse álbum não foi feito para ficar parado. Dançar, dirigir, correr, qualquer tipo de movimento é recomendado pra talvez entender o espírito dele. Só no volume máximo.”