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Marina Silva alerta para lentidão na execução de metas climáticas

Durante a Pré-COP, ministra do Meio Ambiente afirmou que falta vontade política para transformar planos em ações concretas e defendeu um novo modelo ético e justo de investimentos climáticos

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou nesta terça-feira (14) que a implementação das metas de combate à crise climática ainda é insuficiente e fragmentada.

A declaração foi feita durante a abertura da sessão ministerial sobre clima e desenvolvimento na Pré-COP, encontro preparatório para a COP30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém (PA).

“Houve progresso em compromissos e planejamento, mas a implementação segue fragmentada e insuficiente. Faltam meios para transformar planos de adaptação em resultados concretos para as pessoas, regiões e territórios”, afirmou Marina.

Falta de vontade política trava avanços

Segundo a ministra, o principal entrave não está na ausência de soluções, mas na falta de vontade política para colocá-las em prática. Durante a elaboração do Balanço Ético Global, documento que busca oferecer uma leitura moral e equitativa da crise climática, ficou “evidente” que há um distanciamento entre o conhecimento técnico disponível e a decisão de aplicá-lo.

“O problema não é a falta de soluções, mas a distância entre o conhecimento disponível e a vontade política de implementá-las”, disse Marina.

A ministra ressaltou que o enfrentamento da emergência climática deve ser tratado como uma questão de natureza ética, e não apenas técnica ou econômica.

Países pobres são os mais afetados

Durante o evento, Marina Silva lembrou que nações em desenvolvimento e de baixa renda estão entre as mais impactadas pelos efeitos das mudanças do clima, embora não sejam as principais responsáveis pelas emissões históricas de gases de efeito estufa.

Ela destacou que os países desenvolvidos, que lideraram os processos de industrialização, devem assumir maior responsabilidade na mobilização de recursos e na implementação de políticas climáticas efetivas.

Pré COP30
Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR

Reformulação urgente no financiamento climático

Com base nas discussões do Balanço Ético Global, Marina defendeu uma reformulação “urgente” do sistema global de financiamento climático. Segundo ela, é essencial simplificar o acesso aos recursos e garantir que o dinheiro chegue a quem mais precisa.

A ministra afirmou que é necessário “ordenar de forma justa os financiamentos público e privado” e priorizar investimentos voltados às populações em maior situação de vulnerabilidade.

Para Marina, apenas um sistema financeiro mais acessível e equitativo permitirá que os países mais afetados avancem na execução de seus planos de adaptação e mitigação climática.

Caminho para a COP30

As discussões da Pré-COP servem como preparação para a COP30, 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima que promete colocar o Brasil no centro do debate global sobre sustentabilidade, justiça climática e transição ecológica.

Marina encerrou sua fala reforçando que o momento exige cooperação internacional, solidariedade e coragem política para que os compromissos firmados se transformem em resultados tangíveis.

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

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