Data...

‘The Economist’ diz que julgamento de Bolsonaro é ‘lição de democracia’ para os EUA

Publicação britânica destaca processo contra o ex-presidente brasileiro, aponta paralelos com Donald Trump e diz que o Brasil se tornou exemplo de resistência à “febre populista”

O ex-presidente Jair Bolsonaro é tema da capa da edição desta semana da revista britânica ‘The Economist’, que chega às bancas nesta quinta-feira (28). A publicação dedica amplo espaço ao julgamento do ex-chefe do Executivo, previsto para começar em 2 de setembro, e o apresenta como símbolo de um fenômeno populista que também afeta países como Estados Unidos, Reino Unido e Polônia.

Segundo a revista, “O Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”.

Imagem e comparações internacionais

Na ilustração de capa, Bolsonaro aparece com o rosto pintado com as cores da bandeira brasileira e usando um chapéu semelhante ao do chamado “viking do Capitólio”, figura icônica da invasão ao Congresso americano em 2021, durante a gestão de Donald Trump.

Apelidado pela publicação de “Trump dos trópicos” e descrito como “polarizador”, Bolsonaro é apontado como exemplo de liderança extremista.

O texto afirma ainda que “o golpe fracassou por incompetência, e não por intenção”, em referência aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Confira a capa da publicação sobre o julgamento de Jair Bolsonaro:

Julgamento no STF e impacto político

O julgamento de Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, deve ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF). Para a revista, ele e seus aliados “provavelmente, serão considerados culpados”.

De acordo com o texto, esse processo transforma o Brasil em um “caso de teste para a recuperação de países de uma febre populista”, ressaltando que a condução do caso pode servir de parâmetro para outras democracias em crise.

Críticas a Trump e paralelos com o Brasil

Ao justificar a manchete “O que o Brasil pode ensinar para a América”, a revista cita medidas recentes de Donald Trump, como a tentativa de interferência no Federal Reserve (Fed), ameaças a cidades controladas por adversários democratas e a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, além da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

A reportagem afirma: “Isso nos remete a uma era sombria e passada, em que os Estados Unidos, habitualmente, desestabilizavam os países latino-americanos.

Felizmente, a interferência do Sr. Trump provavelmente sairá pela culatra”.

O texto acrescenta que, ao contrário dos EUA, parte expressiva da classe política brasileira busca “seguir as regras e progredir por meio de reformas”, destacando esse movimento como sinal de “maturidade política”.

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Envie sua notícia!

Participe do OCorre enviando notícias, fotos ou vídeos de fatos relevantes.
Preencha o formulário abaixo e, após verificação de nossa equipe, seu conteúdo poderá ser publicado.