A atriz Sydney Sweeney, conhecida por seu papel na série Euphoria, está novamente no centro de uma controvérsia nas redes sociais. Desta vez, o motivo é a confirmação de sua filiação ao Partido Republicano dos Estados Unidos, o mesmo do atual presidente Donald Trump. A revelação surge pouco após críticas intensas à sua participação em uma campanha publicitária da American Eagle.
A informação foi divulgada pela CNN no domingo (3), após usuários do X (antigo Twitter) localizarem os dados no site oficial do Departamento de Estado da Flórida. O registro, que é público, exibe o nome completo de Sydney, sua data de nascimento e endereço, confirmando sua afiliação política desde junho de 2024.
A repercussão ganhou força depois de uma reportagem publicada pelo site Buzzfeed, ampliando o debate sobre a possível conexão entre a imagem pública da atriz e sua posição política.
Campanha com trocadilho entre “genes” e “jeans” gerou críticas
O novo foco de atenção na vida da atriz vem após a repercussão de um comercial para a marca de roupas American Eagle, lançado em 23 de julho. Intitulada “Sydney Sweeney Has Great Jeans” — em tradução livre, “Sydney Sweeney tem ótimos jeans” — a campanha usou um trocadilho que gerou desconforto entre internautas.
O jogo de palavras entre “jeans” (calças jeans) e “genes” (material genético) foi interpretado por muitos como referência à superioridade genética, gerando acusações de conotação eugenista e racial.
No vídeo, a atriz diz: “Os genes são transmitidos de pais para filhos, muitas vezes determinando características como cor do cabelo, personalidade e até mesmo a cor dos olhos. Meu jeans é azul”. Em seguida, uma voz em off completa com o slogan: “Sydney Sweeney tem ótimos jeans”.
Especialistas apontam mensagens problemáticas
A médica e escritora Sayantani DasGupta, professora na Universidade de Columbia, afirmou em entrevista que a peça publicitária está “embutida de mensagem eugenista”. Segundo ela, “propagandas não nos vendem produtos, vendem noções de amor, sexualidade, corpos e afins”.
Ela ainda acrescenta: “Uma mulher racializada não teria sido contratada para essa campanha”.
Eugenia é uma ideologia pseudocientífica que tem como objetivo tentar interferir na genética humana, promovendo a reprodução de pessoas com características consideradas “desejáveis” e limitando ou impedindo a reprodução de grupos vistos como “indesejáveis”.
De acordo com o National Human Genome Research Institute, a eugenia é uma teoria desacreditada, historicamente ligada ao racismo, capacitismo e colonialismo.

Comparações com campanhas antigas e impacto financeiro
A propaganda de Sweeney também foi comparada ao clássico comercial da Calvin Klein de 1991, protagonizado por Brooke Shields aos 15 anos, no qual a jovem dizia: “Quer saber o que há entre eu e meus jeans? Nada” — também interpretado como hipersexualização de jovens atrizes.
A consultora cultural Rachel Lowestein afirmou à Vanity Fair que a American Eagle recorreu à “estratégia publicitária mais antiga do mundo: o sexo vende”. Ela observa que, apesar da reação negativa de parte do público, as ações da empresa subiram 10%, o que representou um aumento de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) no valor da marca em poucos dias.
Pronunciamentos oficiais e silêncio da atriz
Até o momento, Sydney Sweeney não comentou publicamente sobre a polêmica. No entanto, uma publicação no LinkedIn de Asheley Schapiro, vice-presidente de marketing da American Eagle, revelou que a atriz participou ativamente do processo criativo da campanha. “Perguntamos: ‘Até onde você quer ir?’ e ela deu um sorrisinho e disse: ‘Vamos, eu topo’”, contou Schapiro.
Em resposta às críticas, a American Eagle publicou um posicionamento no Instagram em 1º de agosto:
“‘Sydney Sweeney tem um jeans ótimo’ é e sempre foi sobre jeans. O jeans dela. A história dela”. A empresa reforçou que continuará a “celebrar como todos vestem American Eagle com confiança e do próprio jeito”.
Confira o vídeo da campanha que deu o que falar:
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