O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio da conta bancária de Heloisa Wolf, esposa do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Segundo aliados, Heloisa só tomou conhecimento da medida ao tentar realizar uma transferência e receber a negativa do banco.
Eduardo é investigado no STF por coação no curso do processo, obstrução de Justiça, incluindo articulação de sanções dos EUA contra instituições brasileiras, e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito.
O parlamentar e a esposa vivem nos Estados Unidos desde março, após o anúncio de um “autoexílio”.
Na terça (22), o próprio Eduardo revelou que também teve suas contas bloqueadas.
No X (antigo Twitter), publicou uma captura de tela do aplicativo do Itaú com a mensagem: “Transação não concluída. Não é permitida a emissão de Pix de conta bloqueada”.
Ele afirmou que Heloisa “não é política nem militante” e classificou o bloqueio como “provavelmente mais um ato arbitrário ordenado por Alexandre de Moraes”.
Heloisa não é investigada pelo Supremo. A estadia do casal no exterior tem sido financiada, em parte, por doações via Pix de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o próprio ex-presidente.
A origem desses recursos é um dos elementos que motivaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) a pedir abertura de inquérito contra Eduardo.
Desde sexta-feira (18), Moraes proibiu que Jair e Eduardo Bolsonaro mantenham contato, no mesmo inquérito.
A medida foi tomada após o presidente americano Donald Trump impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, ação que Eduardo inicialmente reivindicou como resultado de articulação direta com a Casa Branca.
Além da tarifa, Eduardo atuava para aplicar a Lei Magnitsky Global contra Moraes e outras autoridades brasileiras, buscando restrições financeiras e cancelamento de vistos nos EUA. A ofensiva dividiu a direita, gerando críticas internas pelos impactos econômicos.
Procurados, o STF e Heloisa não se manifestaram. O Itaú disse que, por sigilo bancário, não comenta casos específicos.