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Polícia desmantela esquema de joias roubadas exibidas na TV

Investigação revela rede de receptação que atuava em São Paulo, Minas Gerais e Paraná; vítimas reconheceram peças sendo vendidas ao vivo

A Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, desarticulou um esquema milionário de roubo e receptação de joias que se estendia por três estados. O caso chamou atenção após uma família reconhecer suas peças sendo vendidas ao vivo em um programa de TV especializado em joias.

Invasão e roubo milionário

No dia 16 de maio, três homens invadiram uma residência em Ribeirão Preto. Segundo as vítimas, os criminosos sabiam exatamente o que procurar. “Eles perguntaram direto onde estavam as joias”, relatou o proprietário.

Os assaltantes levaram cerca de 300 peças e oito relógios Rolex, incluindo um colar de ouro e diamantes com símbolo do Espírito Santo, adquirido há mais de 20 anos.

Joias reaparecem em programa de TV

A descoberta aconteceu semanas depois, quando a mulher reconheceu um colar sendo comercializado ao vivo no programa ‘Mil e Uma Noites’. A família acompanhou a programação e identificou outras peças roubadas.

Para confirmar a suspeita, compraram oito joias que acreditavam ser suas. Os itens foram entregues com nota fiscal e certificado de garantia em nome da empresa.

“Não é coincidência. As minhas joias estavam sendo vendidas no mesmo lugar onde eu costumava comprar”, afirmou a vítima.

Prisões e principais suspeitos

Na última quinta-feira (4), a polícia prendeu Diego de Freitas, conhecido nas redes sociais como “Diego Ouro”. Ele foi detido em uma casa de alto padrão em Ribeirão Preto, ostentando viagens internacionais e artigos de luxo.

Outro preso foi Welker dos Santos Ferreira de Mattos, reconhecido pelas vítimas como um dos autores do roubo. Até o fim da semana, ele ainda não tinha advogado constituído.

Veja um registro do momento em que Diego Ouro foi preso em Ribeirão Preto:

Prisão - Diego Ouro
Foto: Reprodução/Fantástico

Ligações com o programa ‘Mil e Uma Noites’

As investigações levaram os agentes até a sede do programa em Curitiba (PR), onde mais joias roubadas foram encontradas. O delegado Diógenes Santiago Netto lembrou que a atração já havia sido investigada em 2009, mas o caso foi arquivado.

O dono do programa, Paulo César Calluf, afirmou em nota que todas as joias comercializadas vêm de fornecedores “rigorosamente selecionados e cadastrados”. No entanto, não apresentou documentos que comprovassem a origem dos itens.

Segundo Calluf, as peças foram entregues por Haig Hovsepian, de Uberaba (MG), que declarou em depoimento ter vendido as joias ao programa por R$ 190 mil. A defesa de Hovsepian informou que, ao descobrir a possível origem ilícita, ele compareceu espontaneamente à delegacia e afirmou ter pago R$ 170 mil a Diego de Freitas pelas peças.

O advogado de Diego não respondeu aos contatos da reportagem exibida pelo ‘Fantástico’.

Recuperação parcial e continuidade das investigações

Até o momento, apenas 10% das joias foram recuperadas. A promotora de Justiça Ethel Cipele destacou que a apuração continua: “A quantidade de joias comercializadas é muito grande”.

O delegado Diógenes reforçou: “Se existe roubo, é porque existe quem compre”. Já o proprietário da casa invadida declarou: “Eles vieram atrás de joias. Alguém mandou”.

Confira a matéria do ‘Fantástico’, na íntegra:

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

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