Durante participação no programa de William Waack na ‘CNN Brasil’, o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, analisou os possíveis rumos da relação entre Brasil e Estados Unidos sob a ótica da personalidade dos líderes que hoje ocupam a cena política.
Segundo Azevêdo, que teve contato direto com Donald Trump em sua passagem pela OMC, traços marcantes do republicano podem favorecer negociações com o Brasil.
Entre eles, citou a volatilidade e a capacidade de aproveitar oportunidades inesperadas, mesmo que não estejam previstas em agendas formais.
Relações pessoais como diferencial
O ex-diretor da OMC ressaltou que Trump dá grande peso a relações pessoais em sua forma de conduzir diálogos. Esse aspecto, segundo ele, pode se alinhar de forma estratégica ao perfil de Lula.
“Lula é uma pessoa que tem bom tato, ele sabe lidar com pessoas”, afirmou Azevêdo, destacando a habilidade do presidente brasileiro em construir pontes políticas a partir de interações pessoais.

Imprevisibilidade ainda é fator presente
Apesar de enxergar potencial nesse encontro de estilos, Azevêdo lembrou que os resultados práticos das conversas entre os dois países ainda são incertos.
Ele frisou que, mesmo com personalidades propensas ao diálogo, a evolução das negociações dependerá de variáveis externas e conjunturais.
Trump fala em “excelente química” com Lula e confirma encontro
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump relatou um breve encontro com Lula nesta terça-feira (23) em Nova York e afirmou que os dois tiveram “excelente química” durante o momento.
“Estava andando e o líder do Brasil também estava andando. Ele me olhou, eu o olhei, e nos abraçamos”, disse o norte-americano, acrescentando:
“Concordamos que vamos nos encontrar na próxima semana, não tivemos muito tempo para falar. Algo como 20 segundos. Mas conversamos e concordamos em nos encontrar”.
Ainda segundo o presidente dos Estados Unidos, ele ter gostado de Lula foi um bom sinal para possíveis negociações.
“Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com gente de quem eu gosto. Quando não gosto deles, eu não faço. Quando eu não gosto, eu não gosto”.
Assista à fala de Donald Trump sobre Lula:
🚨AGORA: Donald Trump diz, na Assembleia Geral da ONU, que teve química com Lula, que o abraçou, achou o presidente brasileiro muito simpático e quer se encontrar com ele novamente na próxima semana.
— CHOQUEI (@choquei) September 23, 2025
O encontro será o primeiro contato direto entre Trump e Lula desde que os EUA anunciaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em julho. A decisão foi justificada, em parte, pela suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
Apesar da medida, cerca de 700 itens foram isentos, incluindo suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis e determinados metais e madeiras.
Apesar das críticas ao Brasil, a reunião entre Trump e Lula sinaliza uma tentativa de aproximação em meio às tensões comerciais.
O próprio Trump já havia declarado em agosto: “Lula pode falar comigo quando quiser”.
Depois da declaração de Donald Trump, o presidente Lula também comentou sobre o encontro com o líder dos Estados Unidos na Assembleia Geral da ONU.
Lula disse que foi surpreendido, porque estava saindo após seu discurso e Trump apareceu com uma cara muito simpática perto dele.
“E eu acho que pintou uma química mesmo”, disse o presidente do Brasil. Segundo ele, as divergências não devem ser colocadas na mesa, mas sim questões importantes que são de interesse dos dois países.
Agora confira a fala de Lula sobre Trump:
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