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O que Trump e Putin esperam da reunião no Alasca?

Enquanto líder russo busca reconhecimento internacional e ganhos territoriais, presidente americano quer se posicionar como mediador da paz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se preparam para um encontro estratégico nesta sexta-feira (15), no Alasca, com expectativas divergentes sobre o rumo da guerra na Ucrânia.

Segundo especialistas, Putin, firme em seu objetivo de manter e ampliar o controle sobre territórios ucranianos, vê na cúpula uma oportunidade de reabilitação diplomática. Já Trump quer reforçar sua imagem de mediador global da paz, embora suas declarações recentes tenham levantado dúvidas sobre sua estratégia.

O que Putin quer com a reunião?

Para Putin, o simples fato de a reunião ocorrer já representa reconhecimento internacional. O Kremlin interpreta o encontro como prova de que o isolamento imposto pelo Ocidente falhou.

“O Alasca é um exemplo claro de que fronteiras estatais podem mudar e de que grandes territórios podem mudar de dono”, destacou o jornal ‘Moskovsky Komsomolets’, em alusão à venda do território russo para os EUA no século 19.

O local da cúpula também favorece o presidente russo: além de ser próximo do território russo de Chukotka, evitando sobrevoos por países considerados hostis, está distante da Europa e da própria Ucrânia, afastando líderes europeus e Kiev das negociações diretas com Washington, segundo a ‘BBC’.

Putin, no entanto, não busca apenas simbolismo. Ele exige que a Ucrânia se retire de todas as áreas ocupadas pelas tropas russas em Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson. Kyiv, por sua vez, mantém a recusa. “Os ucranianos não entregarão sua terra ao ocupante”, afirmou o presidente Volodymyr Zelensky.

Volodymyr Zelensky - Donald Trump - Putin
Fotos: Reprodução/Redes Sociais

O que Trump espera alcançar?

Desde a campanha presidencial de 2024, Trump afirma que poderia encerrar o conflito “em poucos dias”. Já na Casa Branca, alternou entre críticas a Kiev e a Moscou, inclusive suspendendo temporariamente o envio de ajuda militar à Ucrânia.

Recentemente, o presidente americano tem falado em “troca de territórios” como possível caminho para a paz, proposta que gera preocupação entre ucranianos e líderes europeus.

Esta semana, Trump descreveu a reunião no Alasca como um encontro de “sondagem”, dizendo que poderia decidir em “dois minutos” se há chance de acordo com Putin. “Posso sair e dizer boa sorte, e isso será o fim”, afirmou.

Expectativas e riscos do encontro

Ainda de acordo com ‘ BBC’, analistas apontam que, para Trump, a reunião também representa a chance de reivindicar avanços diplomáticos e fortalecer sua imagem como mediador internacional — papel que poderia até render a ele uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz.

Já Putin pode tentar criar um cenário em que Trump saia da reunião com a sensação de vitória, mas sob condições favoráveis à Rússia. Com a economia russa pressionada por sanções e queda nas exportações de energia, um eventual acordo poderia ser visto como saída estratégica.

Enquanto os dois líderes se encontram em Anchorage, a grande incógnita permanece: o que realmente sairá dessa mesa de negociações, e a que custo para a Ucrânia?

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

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