Mais um caso brutal de feminicídio choca Goiás. Em Rio Verde, no sudoeste do estado, uma mulher em situação de rua foi encontrada morta e carbonizada em um terreno baldio. A vítima, Monara Pires Gouveia de Moraes, de 31 anos, mantinha um relacionamento de cinco meses com o principal suspeito do crime, preso pela polícia no dia 22 de agosto.
Segundo Nayara Pires de Moraes, irmã da vítima, o homem apresentava comportamento possessivo e já havia agredido a jovem por ciúmes. Monara e o suspeito se conheceram em fevereiro deste ano. “Eu vi ele umas 3 vezes só. Ela falava que eles eram namorados”, contou a irmã.
O casal se conheceu nas ruas, chegou a morar em um albergue e, posteriormente, se mudou para uma casa do pai da vítima. Foi nesse período que a família começou a notar mudanças no comportamento e no estado físico de Monara.
“Nós percebemos que ela aparecia em casa mais machucada. Muitas vezes nos perguntamos se era ele [o namorado], mas ela nunca falava. Lembrei que ela chegou a reclamar sobre o ciúme possessivo dele”, disse Nayara.
Tentativas de ajuda da família
Aos 24 anos, Monara chegou a iniciar o curso de Direito, mas a dependência química interrompeu o sonho.
Mãe de dois filhos, ela já trabalhou como atendente de padaria antes de se tornar moradora de rua. A família tentou, em diferentes momentos, ajudá-la a deixar as ruas e a cuidar da saúde, mas não conseguiu.
“Meu pai até mandou um dinheiro para uma consulta particular, para tentar uma internação domiciliar. Eu e minha mãe tentamos várias vezes, até que aconteceu essa tragédia”, contou a irmã.
Apesar das dificuldades, a irmã destacou o carinho que todos tinham por Monara. “Que a justiça seja feita e que ele seja punido com a severidade que seus crimes merecem”, pediu.

Investigação do caso
O corpo de Monara foi localizado parcialmente carbonizado no dia 7 de julho, em um lote baldio no Bairro Popular, em Rio Verde. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito, de 26 anos, foi preso em 22 de agosto.
A vítima foi atingida na cabeça, sofrendo um traumatismo craniano. Em seguida, o suspeito ateou fogo no colchão onde Monara havia caído inconsciente. Laudos periciais comprovaram que ela ainda estava viva no momento em que foi queimada.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Adelson Candeo, o homem já havia agredido a vítima em outras ocasiões motivado por ciúmes. Um dia antes da morte de Monara, ele teria ateado fogo na casa cedida pelo pai dela.
O suspeito, que possui passagens por crimes patrimoniais em São Paulo, havia se mudado recentemente para Goiás. Até a última atualização, o nome dele não havia sido divulgado oficialmente.