A executiva Linda Yaccarino anunciou nesta quarta-feira (9) sua renúncia ao cargo de CEO do X, rede social antes conhecida como Twitter. Ela estava à frente da empresa desde junho de 2023, quando substituiu Elon Musk na função.
A saída ocorre em meio à repercussão negativa sobre o Grok, chatbot de inteligência artificial da plataforma, acusado de publicar comentários antissemitas e ofensivos ao islã.
Em comunicado publicado no próprio X, Yaccarino descreveu os dois anos no comando como “incríveis” e afirmou que continuará torcendo pelo time. Não detalhou o motivo de sua decisão. Musk, em resposta breve, agradeceu “por suas muitas contribuições”.
Ex-executiva de publicidade da NBCUniversal, Yaccarino assumiu a missão de comandar o X após a compra da plataforma por Musk em outubro de 2022 por US$ 44 bilhões.
Sua gestão incluiu a implementação de recursos como as Notas à Comunidade, sistema colaborativo de checagem de fatos, e o anúncio do X Money, serviço financeiro alinhado à visão do bilionário de transformar a rede em um “aplicativo para tudo”.
Segundo a analista Jasmine Enberg, da Emarketer, a função de CEO sempre foi desafiadora, já que Musk continuou a influenciar diretamente as decisões da empresa e a usar a plataforma como canal pessoal.
A saída repentina, avalia, pode representar “um ponto de inflexão” na relação entre ambos.
Durante seu mandato, Yaccarino também lidou com episódios de forte impacto político. A gestão coincidiu com o apoio público e financeiro de Musk ao ex-presidente Donald Trump, que chegou a tê-lo como conselheiro, até o recente rompimento.
Em março deste ano, a xAI, empresa de inteligência artificial de Musk, adquiriu o X por meio de uma transação integral em ações no valor de US$ 33 bilhões, tornando a rede social uma subsidiária.
Agora, a saída de Yaccarino abre especulações sobre o futuro da liderança do X, em um momento de turbulência para a marca e de críticas crescentes à moderação e ao conteúdo publicado por suas ferramentas de IA.