O empresário Shayne Coplan, de apenas 27 anos, entrou para a história ao se tornar o bilionário mais jovem do mundo sem herança. O feito veio após a Intercontinental Exchange Inc. (ICE) — empresa que controla a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) — anunciar um investimento de até US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,7 bilhões) na Polymarket, plataforma criada por Coplan que atua no mercado de previsões.
A informação foi divulgada pela ‘Bloomberg News’, destacando que o aporte avalia a startup em aproximadamente US$ 8 bilhões (R$ 42,7 bilhões). O investimento foi classificado pela ICE como estratégico, consolidando a Polymarket como uma das empresas mais promissoras do setor de blockchain.
O que é a Polymarket
A Polymarket é uma plataforma que utiliza tecnologia blockchain (a mesma das criptomoedas) para permitir que usuários apostem em desfechos de eventos reais, como eleições, resultados esportivos, decisões econômicas e até acontecimentos da cultura pop.
Além do investimento financeiro, a ICE se tornará distribuidora global dos dados gerados pela Polymarket, fornecendo indicadores sobre a percepção pública de temas econômicos e políticos.
As empresas também firmaram parceria para projetos futuros de tokenização, processo que transforma ativos reais em representações digitais.
“Shayne Coplan montou uma equipe na Polymarket para criar uma empresa orientada para o usuário, incansavelmente focada em produto, desenvolvimento, utilização e distribuição.
Há oportunidades em diversos mercados que a ICE, juntamente com a Polymarket, pode atender de forma única, e estamos entusiasmados com o que esse investimento pode nos trazer”, afirmou o presidente da ICE em comunicado.
A trajetória de Shayne Coplan
Antes de se tornar bilionário, Coplan enfrentou uma jornada de altos e baixos. Ele abandonou a Universidade de Nova York para investir no mercado de criptomoedas, mas acabou passando por dificuldades financeiras, chegando a vender pertences pessoais para pagar o aluguel, segundo a ‘Bloomberg’.
Em 2019, Shayne Coplan começou a estudar as teorias do economista Robin Hanson sobre o mercado de previsões. Com a chegada da pandemia de Covid-19, viu a oportunidade ideal para lançar um aplicativo baseado nesses conceitos — e assim nasceu a Polymarket, em junho de 2020.
Apesar do sucesso atual, o caminho da empresa não foi livre de obstáculos. A Polymarket já enfrentou investigações e conflitos com reguladores dos Estados Unidos e chegou a ser alvo de agentes do FBI após as eleições de 2024, quando mais de US$ 3 bilhões foram apostados na plataforma.
Agora, com o novo investimento da ICE, a empresa retoma os holofotes, desta vez com uma imagem consolidada e apoio institucional de peso.
Um marco no mercado de previsões digitais
O investimento bilionário reforça o potencial da tokenização e do mercado de previsões baseados em blockchain, setores que vêm ganhando força globalmente.
Especialistas apontam que a parceria entre a Polymarket e a ICE pode redefinir a relação entre finanças tradicionais e tecnologia descentralizada, abrindo espaço para novos modelos de negócios e de análise de dados.
Com isso, Shayne Coplan entra para a lista dos bilionários mais jovens e inovadores do setor tecnológico, ao lado de nomes como Mark Zuckerberg e Vitalik Buterin, mas com um diferencial: nenhum centavo herdado.
