O Flamengo demitiu nesta quarta-feira (23) o chefe do departamento médico, José Luiz Runco, após o vazamento de uma mensagem na qual criticava as condições físicas do meia Nicolás De La Cruz.
A informação foi publicada pelo jornalista Bruno Castanha e confirmada pela ESPN.
A decisão ocorreu após uma reunião de mais de uma hora e meia entre Runco e a diretoria. O médico, que integrava a equipe de confiança do presidente Luiz Eduardo Baptista (Bap), reconheceu o erro e alegou ter sido “traído” por não dominar o uso das redes sociais.
O episódio ganhou peso no contexto da atual guerra política interna do clube. A mensagem de Runco foi enviada em um grupo com 71 participantes, incluindo aliados do ex-presidente Rodolfo Landim, e não foi bem recebida pela cúpula rubro-negra.
No texto, o médico afirmava que De La Cruz possuía lesão crônica e irreparável no joelho direito e outro problema no joelho esquerdo, o que dificultaria seu equilíbrio e desempenho.
Ele também sugeriu que uma possível venda só ocorreria se algum clube tivesse interesse “por outro motivo e não para jogar futebol competitivo”.
A exposição incomodou líderes do elenco, que questionaram a gestão médica. Giorgian De Arrascaeta publicou uma foto ao lado de De La Cruz nas redes sociais com a legenda: “Se trata de cuidar dos nossos. Simples assim”.
Estafes de ao menos oito atletas relataram à ESPN um relacionamento desgastado entre jogadores e departamento médico nos últimos meses.
Para alguns aliados de Bap, a demissão de Runco foi “gasolina na fogueira” e não resolve a questão física de De La Cruz, que segue sem sequência de jogos.
Há também críticas à gestão anterior, de Márcio Tannure, que teria aprovado a contratação sem exames adequados. O Flamengo pagou mais de R$ 100 milhões pelo meia, que convivia com o mesmo problema no River Plate e ainda não entregou o retorno esperado.