A Disney anunciou uma ampla reestruturação em suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), com o objetivo de alinhar seus esforços sociais às metas comerciais da companhia. A nova diretriz representa uma mudança significativa de postura da empresa, que durante anos se destacou por ações afirmativas e campanhas de representatividade.
A principal alteração é a substituição da métrica “Diversidade & Inclusão” — usada até então para avaliar o desempenho de executivos — por uma nova categoria chamada “Estratégia de Talentos”, que prioriza indicadores de produtividade e sucesso de negócios. Segundo fontes internas, a mudança visa “equilibrar inclusão e resultados”, sem abandonar completamente os princípios de diversidade.
Entre as medidas anunciadas está a redução dos avisos de conteúdo sensível em produções antigas, como Dumbo e Peter Pan. Os alertas sobre representações racistas e estereótipos serão substituídos por uma mensagem mais curta e genérica, destacando o contexto histórico das obras.
A empresa também decidiu encerrar o site Reimagine Tomorrow, plataforma criada para promover diversidade e dar visibilidade a histórias de grupos sub-representados dentro e fora dos estúdios. Além disso, alguns programas de bolsas voltados para minorias foram suspensos, sinalizando um recuo em iniciativas sociais mantidas pela companhia desde 2020.
Outra mudança importante é a transformação dos antigos “Grupos de Recursos Empresariais” em “Grupos de Pertencimento”, com foco em fortalecer comunidades internas e promover um ambiente colaborativo, mas com menor ênfase em pautas identitárias específicas.
As decisões seguem uma tendência observada em grandes corporações de tecnologia e mídia, como Meta e Google, que também revisaram suas políticas de diversidade após pressão de investidores e debates sobre custo-benefício dessas iniciativas.
De acordo com analistas de mercado, a Disney busca reconstruir sua imagem corporativa após um período de queda nas ações e críticas de setores mais conservadores, especialmente nos Estados Unidos. A estratégia, vista por alguns como um recuo político, é interpretada por outros como uma tentativa de reposicionar a marca para uma nova fase de equilíbrio entre inclusão e desempenho financeiro.