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Dentista vítima de importunação sexual durante atendimento diz ter se sentido “um lixo”

Crime ocorreu em clínica particular de Igarapé (MG) e foi registrado por câmeras de segurança; paciente foi preso em flagrante

Uma dentista vítima de importunação sexual durante um atendimento odontológico na cidade de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, relatou ter se sentido “um lixo” após o crime. O caso ocorreu na última terça-feira (8), em uma clínica particular, e foi registrado por câmeras de segurança do consultório.

As imagens mostram o momento em que Rames Ossen Ali Júnior, de 43 anos, se masturba enquanto a profissional realizava o procedimento. Sem perceber o que acontecia, ela seguiu o atendimento normalmente. O vídeo foi fundamental para que o homem fosse preso em flagrante.

Em entrevista ao g1, a dentista, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que, além de nojo e indignação, sentiu medo, vergonha e frustração.

“Me senti um lixo. Como mulher, a gente passa constantemente por situações desagradáveis. Já passei por situação ruim na rua, já fui perseguida. Isso traz pra gente muitos gatilhos, que deixa a gente insegura”, afirmou.

A vítima também contou que, ao ser informada sobre o que havia acontecido, ficou em choque. “Não esperava viver isso dentro do meu ambiente de trabalho, que deveria ser seguro”, disse.

De acordo com a Polícia Militar, após ser informado sobre as imagens, o dono da clínica acionou as autoridades. O suspeito foi localizado e levado para a delegacia.

O crime de importunação sexual está previsto no artigo 215-A do Código Penal e pode resultar em pena de 1 a 5 anos de prisão. O caso será investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais.

O episódio gerou revolta nas redes sociais e reacendeu o debate sobre assédio e importunação sexual no ambiente de trabalho, especialmente em profissões que exigem contato físico ou proximidade entre profissional e cliente.

Entidades de classe, como o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG), reforçaram a importância de medidas de segurança em consultórios, incluindo câmeras, protocolos de proteção e acompanhamento em atendimentos individuais, para resguardar tanto profissionais quanto pacientes.

A dentista afirmou que vai continuar trabalhando, mas espera que a divulgação do caso incentive outras mulheres a denunciarem situações semelhantes. “Não podemos normalizar esse tipo de comportamento”, declarou.

José Elias

José Elias Mendes, mais conhecido como Dolfo, já foi reconhecido pelo ranking Top 10 Jornalistas Brasileiros do LinkedIn. Por lá, fala um pouquinho de tudo e está sempre aberto a conversar. Por aqui, atua como repórter para o site do OCorre News.

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