Parlamentares democratas reagiram com duras críticas ao anúncio feito pelo presidente Donald Trump, na noite deste sábado (21), sobre os bombardeios a três instalações nucleares no Irã.
Legisladores de alto escalão acusaram o republicano de agir de forma inconstitucional e alertaram para o risco de uma nova guerra no Oriente Médio.
Segundo os parlamentares, o presidente iniciou a ofensiva sem autorização do Congresso, em violação direta à Constituição dos Estados Unidos, que prevê que apenas o Legislativo pode declarar guerra.
A deputada Alexandria Ocasio-Cortez (AOC), representante democrata de Nova York, destacou que a decisão unilateral de Trump configura um abuso de poder e representa um motivo claro para a abertura de processo de impeachment.
Outros líderes democratas reforçaram que os ataques colocam em risco tanto a estabilidade internacional quanto a segurança nacional, ampliando a possibilidade de uma escalada militar com consequências imprevisíveis.
A relação entre Washington e Teerã já vinha se deteriorando ao longo da semana. Na terça-feira (17), Trump havia sinalizado a possibilidade de uma ação militar ao afirmar que “controlava o céu do Irã”.
Em declaração direcionada ao líder supremo iraniano, Ali Khamenei, o presidente norte-americano chegou a dizer: “Sei onde você está. Não vou te eliminar… por enquanto.”
O anúncio do bombardeio, divulgado no Truth Social, confirmou a execução da ofensiva contra as instalações de Fordow, Natanz e Isfahan, todas relacionadas ao programa nuclear iraniano.
Especialistas alertam que a ação norte-americana pode desencadear retaliações iranianas e intensificar o conflito em uma região já marcada por instabilidade. O impacto diplomático imediato deve recair sobre as relações com aliados europeus e com a própria ONU, que não havia autorizado qualquer intervenção militar.
Enquanto Trump comemorou a operação como um “ataque muito bem-sucedido” e exaltou os militares norte-americanos, a oposição promete acionar instrumentos legais para investigar o caso e ampliar a pressão por responsabilização política.