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Claudia Abreu - atriz

Cláudia Abreu combate etarismo e celebra longevidade artística

Aos 54 anos, atriz celebra novos projetos no teatro e estreia como diretora de documentário

Cláudia Abreu, aos 54 anos, segue rompendo barreiras e se reinventando na arte. Com quase quatro décadas de carreira, a atriz vive um momento de maturidade criativa e pessoal… e não evita falar sobre os desafios que envolvem a idade, saúde mental e o papel da mulher na sociedade.

“Idade é um número. Ser feliz é um estado de espírito”, afirma Cláudia, ao criticar o etarismo presente em elogios velados como “você está ótima para a idade”. Para ela, em entrevista ao jornal ‘O Globo’, o bem-estar vai além das aparências e não deve ser condicionado à passagem do tempo.

Do teatro à TV: múltiplos papéis em cena

Atualmente no ar como Filipa, na novela ‘Dona de mim’, da TV Globo, Cláudia vem sendo elogiada pela forma sensível com que interpreta uma personagem com transtorno bipolar.

É muito interessante trabalhar isso numa novela porque é um serviço”, explica.Conheço pessoas com essa condição e sei o quanto traz sofrimento. Mas com apoio terapêutico, é possível viver de forma viável e equilibrada.

Essa não é a primeira vez que a atriz mergulha em temas relacionados à saúde mental. Em 2022, escreveu e atuou no monólogo ‘Virginia’, inspirado na vida da escritora Virginia Woolf, e deve retomar a montagem em breve. O espetáculo investiga a delicada esfera emocional da autora e como ela enfrentava suas crises, impactada pela depressão e pelo transtorno bipolar.

De volta aos palcos e estreia como diretora

Em outubro, Cláudia volta aos palcos com a peça ‘Os mambembes’, no Teatro Tuca, em São Paulo. O espetáculo, que já percorreu nove cidades brasileiras, narra a jornada de uma trupe teatral e seus desafios pelo interior do país.

Durante a turnê, vivências como perrengues com ônibus-cenário e negociações inesperadas — como com um padre em Marabá (PA) — se tornaram tão marcantes que inspiraram um novo projeto.  “Sabia que ia ser uma experiência forte. Fomos a cidades que nem tinham teatro”, conta. Esses bastidores vão compor um documentário dirigido por ela, previsto para 2026.

Claudia Abreu
Fotos: Reprodução/Prime Video

Plenitude, solitude e inspiração feminina

Mãe de quatro filhos e recém-separada após 25 anos de casamento com o cineasta José Henrique Fonseca, Cláudia valoriza o momento presente.

“É como se estivesse começando a vida de novo, com outra perspectiva e leveza”, diz. Sobre o fim da relação, afirma que foi vivido com maturidade: “Você precisa ter essa inteligência para lidar com as transformações da idade, do corpo, das amizades.”

Cláudia também destaca a importância do tempo consigo mesma e da conexão com a simplicidade da vida. “O prazer da solitude é muito bom”, diz, mencionando os momentos no sítio onde vive, na Região Serrana do Rio.

Uma atriz, muitas histórias

Ao longo da carreira, Cláudia sempre buscou papéis com propósito e não hesitou em se posicionar contra situações abusivas. Ela relembra uma ocasião marcante: “Muito nova, chamei um diretor no canto e disse: ‘Se fizer comigo o que vi fazer com os outros, não volto mais’. Não queria viver aterrorizada.”

A força da mãe, Regina, foi essencial para moldar essa postura: “Foi um exemplo muito feminista. Não se intimidou diante das adversidades e conseguiu ser fiel a ela mesma”. 

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