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Carla Zambelli será extraditada após ser presa na Itália

Deputada licenciada foi condenada a mais de 10 anos por invasão hacker ao CNJ e aguarda decisão da Justiça italiana

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália. A prisão ocorre após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de detenção, por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli havia deixado o Brasil no fim de maio, passando por Argentina e Estados Unidos antes de buscar refúgio na Itália, país onde possui cidadania.

O processo de extradição foi iniciado em 11 de junho, quando o Ministério da Justiça, comandado por Ricardo Lewandowski, enviou o pedido ao Itamaraty, que o encaminhou à Embaixada do Brasil em Roma. O documento foi oficialmente entregue ao Ministério das Relações Exteriores da Itália no dia 12.

A prisão foi facilitada pela atuação do deputado italiano Angelo Bonelli (Europa Verde), que comunicou o endereço da parlamentar às autoridades locais. Zambelli permanece detida enquanto a Justiça italiana avalia os próximos passos.

O Ministério da Justiça italiano agora analisa a admissibilidade do pedido de extradição, com base no tratado bilateral com o Brasil e na legislação do país. A Justiça local tem até 48 horas a partir da prisão para decidir sobre a manutenção da custódia ou adoção de outras medidas.

Cidadania italiana e possibilidade de extradição

Apesar de alegar que sua cidadania italiana a tornaria “intocável”, Zambelli pode sim ser extraditada. A legislação da Itália permite a extradição de cidadãos nacionais, especialmente quando há tratados bilaterais em vigor e convenções internacionais, como a Convenção de Budapeste sobre crimes cibernéticos.

Juristas ouvidos pela imprensa, como Marcelo Crespo e Wagner Menezes, avaliam que os crimes atribuídos à deputada  (invasão de sistema e falsidade ideológica) são considerados crimes comuns, o que aumenta a chance de deferimento. O caso de Henrique Pizzolato, extraditado da Itália em 2015, é considerado precedente relevante.

Zambelli, no entanto, já manifestou interesse em ser julgada ou cumprir pena na Itália, caso a extradição seja autorizada.

Outras condenações de Carla Zambelli

Além da pena de prisão, a deputada foi condenada a pagar R$ 2 milhões por danos morais e coletivos, além de uma multa de R$ 2,1 milhões. A perda de mandato foi determinada pelo STF, mas a cassação formal ainda está em análise na Câmara dos Deputados.

Zambelli também responde a outro processo no STF, por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Sua prisão repercutiu na política brasileira e italiana, com a oposição italiana pressionando o governo de Giorgia Meloni por esclarecimentos.

A deputada nega as acusações e afirma que tentará provar sua inocência na Justiça italiana.

José Elias

José Elias Mendes, mais conhecido como Dolfo, já foi reconhecido pelo ranking Top 10 Jornalistas Brasileiros do LinkedIn. Por lá, fala um pouquinho de tudo e está sempre aberto a conversar. Por aqui, atua como repórter para o site do OCorre News.

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