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Ataque com fogo em metrô lotado de Seul deixa seis feridos e escancara alerta sobre segurança pública

Homem incendeia vagão de metrô lotado em Seul seis pessoas ficam feridas ataque reacende debate sobre segurança saúde mental e resposta emergencial

O que deveria ser mais uma manhã comum no metrô de Seul, capital da Coreia do Sul, se transformou em um episódio de desespero. No fim de maio de 2025, um homem de 67 anos ateou fogo dentro de um vagão da Linha 5, completamente lotado durante o horário de pico. As chamas começaram enquanto o trem estava em movimento, dentro de um túnel, deixando seis pessoas feridas e outras dezenas em pânico.

O autor do crime, identificado apenas pelo sobrenome Won, foi preso e posteriormente indiciado por tentativa de homicídio e incêndio criminoso. Embora nenhuma morte tenha sido registrada, as consequências emocionais e o medo espalhado entre os passageiros ecoam até hoje — reacendendo debates sobre segurança pública, saúde mental e preparação para emergências.

Chamas em movimento: o momento exato do ataque

Segundo o Ministério Público, o ataque ocorreu por volta das 8h40 da manhã, em um vagão que seguia entre as estações Yeouinaru e Mapo, sob o rio Han. De forma premeditada, o homem despejou gasolina no chão e em si mesmo, usando um isqueiro para iniciar o fogo. Em segundos, o vagão se encheu de fumaça espessa, e o calor se espalhou rapidamente.

Imagens de câmeras de segurança reveladas semanas depois mostram a cena de caos: passageiros tentando abrir portas, alguns engatinhando para fugir da fumaça, outros ajudando pessoas feridas. A rapidez com que o fogo se espalhou fez com que muitos acreditassem que não conseguiriam sair vivos.

Apesar do cenário assustador, a ação ágil dos próprios passageiros e a estrutura de resposta do metrô evitaram uma tragédia ainda maior. A fumaça foi contida, os vagões foram esvaziados com eficiência e os feridos receberam atendimento imediato.

Feridos, socorro e alívio por um milagre

De acordo com os bombeiros e socorristas que atenderam a ocorrência, seis passageiros ficaram feridos com queimaduras leves e inalação de fumaça. O próprio autor do crime foi encontrado com ferimentos e também encaminhado ao hospital. Ao todo, 129 pessoas foram retiradas do vagão e 23 receberam cuidados médicos no local ou em unidades próximas.

Especialistas em segurança afirmaram que, dadas as circunstâncias — um vagão em movimento, túneis estreitos e lotação máxima —, o fato de não haver mortes foi quase um milagre. Ainda assim, os danos psicológicos nos sobreviventes são profundos e exigem acompanhamento a longo prazo.

Premeditação e vingança: os motivos por trás do crime

O que motivou Won a cometer o ataque ainda está sendo analisado pelas autoridades, mas ele mesmo declarou que estava insatisfeito com o resultado de seu processo de divórcio. Segundo a investigação, ele comprou gasolina e materiais inflamáveis com antecedência, estudou horários de grande fluxo e escolheu o ponto exato do túnel para iniciar o incêndio, com o objetivo de dificultar o resgate.

Esse nível de planejamento chocou a opinião pública. O Ministério Público classificou o ataque como ato de violência extrema com intenção letal, afirmando que 160 pessoas poderiam ter morrido, caso as chamas tivessem se alastrado por mais vagões.

Lições e reparações: o que o Estado promete fazer

Após o ataque, a empresa Seoul Metro anunciou que todos os passageiros feridos ou com registros médicos do dia seriam indenizados pelo seguro da operadora, com base em laudos e relatos documentados. Estima-se que os prejuízos estruturais ao vagão e ao sistema ferroviário ultrapassem 330 milhões de won, o equivalente a 240 mil dólares.

Além disso, o governo se comprometeu a revisar os protocolos de segurança e de resposta a emergências no transporte público. Medidas incluem a instalação de sensores de fumaça mais eficazes, treinamentos para funcionários e campanhas de conscientização sobre comportamento de risco.

Trauma coletivo e memórias de outras tragédias

O caso trouxe à tona lembranças dolorosas do incêndio de Daegu em 2003, quando um ataque similar deixou 192 mortos em outro sistema de metrô sul-coreano. A tragédia, causada por um homem com histórico psiquiátrico, resultou em reformas estruturais, mas o ataque recente expôs novas fragilidades.

Especialistas em saúde mental também reforçaram a urgência de prevenir episódios de violência com acompanhamento psicológico e atendimento em situações de vulnerabilidade emocional, especialmente em casos judiciais que envolvem perdas familiares ou sociais graves.

O cotidiano ameaçado e a importância de estar atento

Se há algo que esse ataque escancara é o quanto o cotidiano pode ser interrompido sem aviso. Em segundos, uma viagem comum para o trabalho se transformou em uma corrida pela sobrevivência. E embora o metrô tenha sido o cenário dessa violência, o problema não está restrito aos trilhos.

O caso de Seul convida o mundo inteiro a refletir: quão preparados estamos para reagir em situações extremas? Estamos dando atenção suficiente à saúde mental? Nossas cidades e transportes estão realmente seguros?

Mais do que uma manchete, o incêndio no metrô de Seul é um alerta global. E como todo alerta, ele exige respostas. Não apenas das autoridades, mas de todos nós.

Emanoelly Rozas

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