Um ataque aéreo israelense atingiu nesta segunda-feira (25) o hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, matando 20 pessoas, entre elas quatro jornalistas, segundo informações do Ministério da Saúde local. Imagens gravadas de dentro e de fora da unidade de saúde mostram o momento em que profissionais de imprensa e equipes de resgate foram surpreendidos por um segundo míssil.
O hospital Nasser é o único em funcionamento no sul de Gaza e considerado o maior da região. Testemunhas relataram à ‘Reuters’ que houve um intervalo entre os dois ataques. A segunda explosão ocorreu justamente quando jornalistas e socorristas estavam no local prestando atendimento às vítimas do primeiro bombardeio.
Filmagens interrompidas pela explosão
Um dos vídeos foi registrado por um jornalista que estava dentro do hospital documentando o trabalho da equipe de resgate. Nas imagens, é possível ver o atendimento a feridos e a retirada de corpos até o momento em que a explosão interrompe a gravação em meio a uma nuvem de poeira.
Do lado de fora, outro cinegrafista, da emissora Alghad, filmava a movimentação após o primeiro ataque quando o segundo míssil atingiu o hospital, de acordo com a ‘Reuters’. As cenas, consideradas fortes, circulam em veículos de imprensa internacionais.
Reações e confirmação do Exército israelense
O Exército de Israel confirmou o bombardeio e declarou lamentar “qualquer ferimento entre pessoas não envolvidas”, sem esclarecer o alvo específico da operação.
A instituição afirmou ainda que não teve a intenção de atingir jornalistas. Procurado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não comentou o caso.
Segundo a Defesa Civil de Gaza, essa foi a 26ª vez que equipes de resgate foram atingidas durante operações desde o início do conflito.

Jornalistas mortos no ataque
Entre os jornalistas mortos, havia um freelancer da ‘Reuters’, um repórter da ‘Associated Press’ (AP) e dois profissionais que prestavam serviços à emissora ‘Al Jazeera’.
A ‘Reuters’ confirmou a morte de Hussam al-Masri e informou que o fotógrafo Hatem Khaled ficou ferido.
“Estamos devastados com a notícia da morte do contratado da Reuters Hussam al-Masri e dos ferimentos de outro de nossos contratados, Hatem Khaled, em ataques israelenses ao hospital Nasser, em Gaza, hoje. Estamos buscando urgentemente mais informações e pedimos às autoridades em Gaza e em Israel que nos ajudem a conseguir assistência médica imediata para Hatem”, disse a agência em comunicado.
No início de agosto, seis profissionais da ‘Al Jazeera’ também morreram em outro ataque israelense. O governo de Israel acusa a emissora de vínculos com o Hamas, algo negado pela rede de TV.
Contexto do conflito e riscos para jornalistas
O episódio ocorre em meio à intensificação da ofensiva terrestre de Israel em Gaza, que avança com tanques e tropas em direção à Cidade de Gaza. Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos afirma que mais de 240 profissionais da imprensa já foram mortos em ataques israelenses.
Israel mantém restrições à entrada de jornalistas estrangeiros no território, o que contraria diretrizes da ONU que garantem o direito de cobertura em zonas de guerra. Diante disso, veículos internacionais recorrem a repórteres palestinos locais para documentar os acontecimentos dentro do enclave.
Assista ao vídeo abaixo. AS IMAGENS SÃO FORTES:
Israel atacou um hospital em Gaza, matando majoritariamente feridos, socorristas, médicos e jornalistas.
Um jornalista morreu enquanto estava fazendo uma transmissão ao vivo no quarto andar e foi exatamente lá o ataque.
Normalizaram a barbárie!pic.twitter.com/wKIBXMrgrq
— Crônica Alvinegra (@cronicaalvinegr) August 25, 2025