Uma ligação aparentemente comum pedindo uma “dipirona” levou a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) a identificar e socorrer uma vítima de violência doméstica em Campo Grande. O caso, divulgado nesta terça-feira (5), ganhou repercussão após o áudio da ligação ser compartilhado pelo Centro de Operações da corporação.
Durante a ligação para o número de emergência 190, a mulher fingiu que estava comprando uma “dipirona” enquanto falava com o atendente da PM. O policial, atento ao tom da conversa, desconfiou do pedido e passou a usar linguagem codificada para entender a situação real.
“Eu quero uma dipirona”, disse a mulher. O policial logo respondeu “É 190, da Polícia Militar”. Ela continuou firme: “Eu preciso de um remédio, uma dipirona”. Foi aí que o policial entendeu que se tratava de uma provável denúncia de violência doméstica.
“A senhora confirma aí, se for positivo a informação, a senhora fala dipirona novamente. É seu marido?”, questionou o atendente.
“Sim, é a dipirona, sim”, respondeu a vítima.
“Agora fala a intensidade da agressividade aí, em miligramas, 10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas. Qual é a intensidade da agressividade dele?”.
“30”, finalizou a mulher.
Com as informações recebidas, uma viatura foi imediatamente encaminhada ao local. A vítima foi resgatada sem ferimentos graves, e o agressor foi preso em flagrante.
Vítima liga novamente e agradece o socorro
Dias após o resgate, a mesma mulher fez uma nova ligação, desta vez para agradecer à equipe policial que atendeu ao chamado. A PMMS destacou que o momento marcou toda a corporação.
“Dias depois, aquela voz retornou. Não para pedir ajuda, mas para agradecer. O socorro chegou a tempo. Sempre que conseguimos impedir e trazer um alívio para as vítimas e a família, é extremamente gratificante”, declarou um integrante da PM.
A ocorrência aconteceu durante o mês do Agosto Lilás, campanha de conscientização e enfrentamento à violência contra a mulher.
O vídeo foi compartilhado pela Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul nas redes sociais, e gerou bastante repercussão em todo o Brasil. “Que coisa mais emocionante. Parabéns. Deu até um quentinho no coração!”, disse uma internauta.
“Parabéns ao operador que foi inteligente, interessado em pegar detalhes no atendimento!”, declarou um internauta ao assistir ao vídeo. “Me emocionei. Imagino isso sendo uma filha minha que criei com tanto amor e vivenciar isso…”, comentou outra pessoa.
“Chorei muito pensando no alívio dessa mulher que conseguiu ter a vida salva”, disse uma mulher no Instagram. “Atendimento de excelência, parabéns aos nobres do COPOM por filtrar e conduzir o serviço da melhor maneira possível, não é um trabalho fácil”, comentou mais uma mulher.
Em caso de violência doméstica, denuncie!
Casos de violência doméstica podem e devem ser denunciados por qualquer pessoa. Veja abaixo os canais disponíveis:
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Ligue 190: Polícia Militar – atendimento imediato.
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Central de Atendimento à Mulher – 180
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Disque 100: denúncias de violações de direitos humanos.
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Aplicativo Direitos Humanos Brasil
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Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
A denúncia pode ser feita anonimamente e, em casos de violência doméstica, pode ser registrada em até seis meses após o ocorrido, conforme prevê a Lei Maria da Penha.
Agosto Lilás: combate à violência é prioridade
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul reforçou que o combate à violência contra a mulher é uma missão permanente, intensificada em agosto por meio da campanha Agosto Lilás, mas realizada durante todo o ano.
“Não se cale. Denuncie. Ligue 190”, alertou a corporação em nota.
Confira o vídeo compartilhado nas redes sociais pela Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul:
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