A Microsoft anunciou nesta quinta-feira (25) que desativou serviços de computação em nuvem e inteligência artificial utilizados por uma unidade do Ministério da Defesa de Israel (IMOD).
A decisão foi tomada depois de uma reportagem do ‘The Guardian’, publicada no início de agosto, revelar que as Forças de Defesa de Israel estariam usando a plataforma Azure para “armazenar arquivos de chamadas telefônicas obtidas por meio de vigilância ampla ou em massa de civis em Gaza e na Cisjordânia”.
Revisão interna confirma indícios de uso indevido
Segundo a empresa, uma investigação interna foi realizada com base em documentos financeiros, comunicações por e-mail, mensagens e registros administrativos.
A análise não incluiu dados privados da conta israelense, mas já identificou evidências que sustentam as denúncias, como o uso de armazenamento do Azure na Holanda e de recursos de IA pela unidade militar.
“A Microsoft não é um governo nem um país. Somos uma empresa. Como toda empresa, decidimos quais produtos e serviços oferecer aos nossos clientes”, declarou Brad Smith, presidente da Microsoft.

Princípios contra vigilância em massa
A companhia reforçou que sua política global impede a oferta de tecnologias que facilitem a vigilância em massa de civis.
“Não fornecemos tecnologia para facilitar a vigilância em massa de civis. Aplicamos esse princípio em todos os países do mundo e insistimos nele repetidamente por mais de duas décadas”, afirmou Smith.
Impactos da decisão
De acordo com o comunicado, o Ministério da Defesa de Israel foi informado sobre o cancelamento de parte das assinaturas e serviços.
A Microsoft destacou ainda que a medida não afetará suas operações e parcerias comerciais no Oriente Médio.