Durante discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a “agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”.
A declaração ocorre após os Estados Unidos anunciarem sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. Entre as medidas, estão a revogação de vistos da esposa e dos filhos do ministro Alexandre de Moraes e restrições contra o advogado-geral da União, Jorge Messias, além de outras autoridades.
Segundo Lula, essa ingerência em assuntos internos é apoiada por setores da “extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias”. O presidente completou: “Não há pacificação com impunidade”.
Condenação de Bolsonaro e democracia no Brasil
O petista também abordou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por participação em tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Lula destacou: “Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito”.
Ele ressaltou que o processo foi conduzido com direito de defesa e que a decisão reforça a mensagem de que a “democracia e a soberania do Brasil são inegociáveis”.
Confira um trecho da fala de Lula:
Lula chama situação em Gaza de genocídio
Na véspera, segunda-feira (22), o presidente participou de uma conferência na ONU sobre a solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio.
No evento, Lula afirmou que “não há palavra mais apropriada para descrever o que está ocorrendo em Gaza do que genocídio”.
Embora tenha condenado os ataques terroristas do Hamas, o presidente reiterou que o direito de defesa de Israel não justifica a “matança indiscriminada de civis”.
Ele ainda acrescentou: “O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas tentativa de aniquilamento do seu sonho de nação”.
A conferência foi presidida por Arábia Saudita e França, que reconheceram o Estado palestino. Já Israel e Estados Unidos boicotaram o encontro, classificando-o como um “circo”.
Assista:
Trump critica ONU e defende ações
Também na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez críticas à Organização das Nações Unidas.
Ele declarou que “palavras vazias não encerram guerras, a única coisa que encerra guerras é ação”.
Trump afirmou ainda que encerrou sete conflitos nos primeiros meses de seu segundo mandato e disse estar disposto a oferecer liderança e parceria a outros países em busca de segurança e prosperidade.
