Charlie Kirk, ativista conservador dos Estados Unidos e aliado próximo de Donald Trump, morreu aos 31 anos após ser baleado no pescoço durante um evento na Universidade Utah Valley, nesta quarta-feira (10).
Vídeos que mostram o momento exato do ataque se espalharam pelas redes sociais. A informação sobre a morte de Charlie foi confirmada pelo próprio presidente americano em uma rede social.
Testemunhas relataram que o disparo contra o ativista partiu de um edifício situado a cerca de 180 metros de onde ocorria a palestra. Ele foi socorrido e encaminhado ao hospital, mas acabou não resistindo.
O diretor do FBI, Kash Patel, anunciou que um suspeito pelo assassinato de Charlie Kirk foi detido nesta quarta-feira (10).
“O responsável pelo horrível tiroteio de hoje, que tirou a vida de Charlie Kirk, está agora sob custódia. Agradecemos às autoridades locais e estaduais de Utah pela parceria com o FBI”, publicou Patel em sua conta no ‘X’.
Kirk, que era casado e deixa dois filhos, se destacou como um dos nomes mais relevantes do movimento conservador no país, com forte presença em universidades e entre o público jovem.
O ativista conservador teve papel decisivo na campanha mais recente, que garantiu a eleição de Donald Trump em 2024.
No Brasil, há quem diga que Charlie Kirk era o “Nicolas Ferreira dos EUA”, pela semelhança na atuação como jovem liderança de direita.
Trajetória e influência política
Fundador da Turning Point USA, organização criada em 2012 para difundir valores conservadores em escolas e universidades, Kirk ampliou sua visibilidade ao impulsionar movimentos como ‘Estudantes com Trump’, em 2020 e 2024.
Sua proximidade com a família Trump começou em 2016, quando a Turning Point passou a apoiar a candidatura republicana. Na época, ele se tornou assessor de Donald Trump Jr. e passou a integrar o círculo mais próximo do então presidente eleito.
Durante a campanha de 2024, teve papel de destaque na escolha do senador J.D. Vance como vice na chapa de Trump.
Após a vitória contra Kamala Harris, Trump chegou a reconhecer a influência do ativista: “Na verdade, tirando os hispânicos, essa foi provavelmente a nossa maior mudança. Então, Charlie, eu aprecio o que você fez”, disse em discurso, segundo o ‘New York Times’.
Posições polêmicas e embates
O ativista da extrema direita Charlie Kirk era conhecido por suas críticas à mídia tradicional e por abordar temas ligados à chamada “guerra cultural”, como debates contra o aborto, além de ataques a negros, mulheres, população LGBTQIAP+ e imigrantes.
Em 2023, ganhou repercussão ao afirmar que valeria a pena “arcar com o custo” de “algumas mortes” para manter o direito ao porte de armas nos EUA, segundo a ‘Newsweek’.
A fala ocorreu uma semana após um tiroteio em escola que deixou seis vítimas, incluindo crianças.
Ele também incentivava pais e alunos a denunciarem professores que, segundo ele, promoviam “marxismo” e “ideologia de gênero” em sala de aula.

Sucesso midiático e financeiro
Com carisma e habilidade para networking, Kirk transformou a ‘Turning Point’ em uma das maiores organizações conservadoras juvenis do país. As receitas cresceram de US$ 4,3 milhões em 2016 para US$ 92,4 milhões em 2023, segundo a imprensa americana, sustentadas principalmente por doações.
Além da atuação institucional, apresentava o programa diário de rádio ‘The Charlie Kirk Show’ e comandava um podcast entre os mais populares dos Estados Unidos. Nas redes sociais, acumulava mais de 14 milhões de seguidores.
Origens e ascensão
Natural de Illinois, Kirk começou a se interessar pelo conservadorismo ainda no ensino médio, inspirado pelo radialista Rush Limbaugh. Após ser rejeitado pela Academia Militar de West Point, decidiu não seguir a vida universitária e, aos 18 anos, fundou a ‘Turning Point’.
Defensor declarado de valores cristãos, do livre mercado e do movimento Make America Great Again (MAGA), Charlie Kirk se tornou um dos principais rostos da nova geração conservadora nos EUA.
A morte do ativista norte-americano gerou bastante repercussão nas redes sociais. Lideranças políticas dos Estados Unidos, de diferentes espectros partidários, criticaram a violência no assassinato de Charlie Kirk, aliado de Donald Trump.