O escritor Luis Fernando Verissimo, um dos nomes mais consagrados da literatura nacional, morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre (RS). Ele estava internado desde 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento, onde tratava de uma pneumonia grave. Segundo boletim da instituição, a causa da morte foram complicações decorrentes da doença.
Durante a internação, o autor permaneceu na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em estado considerado grave. Verissimo deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, com quem era casado desde 1964, três filhos — Pedro, Fernanda e Mariana — e dois netos.
A trajetória de Luis Fernando Verissimo
Nascido em setembro de 1936, em Porto Alegre, Verissimo era filho do escritor Érico Verissimo e passou parte da infância nos Estados Unidos, período em que o pai lecionava literatura brasileira.
Reconhecido pelo humor inteligente e ironia sofisticada, construiu uma carreira que transitou entre crônicas, romances, livros infantojuvenis e quadrinhos.
Sua obra inclui personagens marcantes como o Ed Mort (1979), O Analista de Bagé (1981) e A Velhinha de Taubaté (1983).
Nos anos 70, criou a tirinha ‘As Cobras’, publicada na ‘Folha da Manhã’. Já em 1994, sua coletânea ‘Comédias da Vida Privada’ deu origem à série de televisão da Rede Globo, exibida por três anos.
Luis Fernando Verissimo também estampou a capa da revista ‘Veja’ em duas ocasiões e se tornou referência pela capacidade de retratar o cotidiano brasileiro com leveza, lirismo e autoironia.
“[Verissimo] pratica aquilo que Manuel Bandeira chamou ‘puxa-puxa’. Ou seja, é capaz de arrancar um bom texto de qualquer miudeza”, destacou a revista em uma reportagem de capa.

Problemas de saúde nos últimos anos
Além da pneumonia que levou ao óbito, Verissimo convivia com outros problemas de saúde. O escritor tinha Mal de Parkinson e complicações cardíacas, que o levaram a implantar um marcapasso em 2016. Em 2021, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que deixou sequelas motoras e de comunicação.
Homenagens de artistas e autoridades
A notícia da morte gerou comoção nas redes sociais, onde escritores, cartunistas e autoridades prestaram tributos. O cartunista Angeli enviou condolências à família.
A escritora Martha Medeiros lamentou: “Por mais que a gente pense que está preparado, a morte é sempre um baque, uma violência.
Ela ainda disse mais: “Obrigada, mestre, por todas as linhas, reflexões, epifanias, risadas, por toda a sua absoluta e inquestionável genialidade”.
O autor Itamar Vieira Junior declarou: “Uma lágrima e muitas salvas, Mestre Luís Fernando Verissimo!”.
Entre os políticos, o governador Eduardo Leite (RS) ressaltou que o legado do escritor seguirá como fonte de inspiração. Já o governador Cláudio Castro (RJ) afirmou:
“Sua obra marcou gerações e se tornou parte essencial da cultura brasileira. Luis Fernando Verissimo será sempre uma referência.”
Até o momento, não há informações sobre velório e sepultamento do escritor.