Mesmo após sua morte trágica em novembro de 2021, Marília Mendonça continua a quebrar recordes e emocionar milhões de fãs. Prova disso é a música ‘Leão’, lançada em dezembro de 2022, que se tornou a faixa mais ouvida pelos brasileiros na história das plataformas digitais.
Segundo o empresário Wander Oliveira, fundador da Workshow, o repertório inédito da artista garante lançamentos póstumos por décadas.
“A ideia é trabalhar 10 músicas por ano. Existem materiais para 20 anos, com folga”, afirmou o empresário de Marília em entrevista ao portal ‘G1’.
Legado sob três administrações
Desde o acidente aéreo que vitimou a cantora, o material deixado por Marília passou a ser administrado por três frentes:
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Família: representada pela mãe, Ruth Dias, e pelo cantor Murilo Huff, pai de Léo, único herdeiro da artista, hoje com 5 anos.
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Som Livre: gravadora que, em contrato firmado em 2019, detém os direitos de exploração comercial de tudo que a cantora produziu em vida.
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Workshow: escritório fundado por Wander Oliveira, responsável pela carreira de Marília desde o início.
Esses núcleos precisam atuar em conjunto para preservar a imagem da sertaneja, cuidar do repertório já conhecido e decidir como lançar as obras inéditas.
Divergências e decisões polêmicas
As escolhas nem sempre agradam a todos os envolvidos. No início de 2024, por iniciativa da família, foi lançado um dueto digital entre Marília Mendonça e Cristiano Araújo, morto em 2015. A música escolhida foi ‘De Quem É a Culpa?’.
Wander Oliveira, no entanto, disse não concordar com a iniciativa: “Como era vontade da família, eu não achei prudente não autorizar. Mas, se tivessem me consultado, eu não gostaria que tivesse sido feito.”

O polêmico pen drive com músicas inéditas
Um dos pontos de maior atrito envolve um pen drive compilado por Juliano Soares, o Tchula, melhor amigo e parceiro de composição de Marília Mendonça.
O dispositivo contém entre 100 e 110 arquivos, incluindo ideias de músicas, registros em voz e violão e até interpretações da cantora para obras de outros artistas.
De acordo com Wander Oliveira: “Eu não achava que deveria ser meu ou de qualquer pessoa, que não fosse o Léo, o que tem nesse pen drive.”
O empresário afirmou ter aberto mão de sua parte nos direitos sobre o material, mas relatou que, semanas depois, houve negociação do conteúdo entre o advogado da família e a gravadora Som Livre.
Lançamentos futuros
Além do pen drive, o acervo da ‘Rainha da Sofrência’, que faleceu aos 26 anos de idade, inclui gravações caseiras feitas no celular e registros de lives durante a pandemia, que já deram origem ao álbum póstumo ‘Decretos Reais’, lançado em 2022.
Enquanto as partes negociam o futuro do catálogo, os fãs seguem na expectativa de novos projetos.
A gravadora Som Livre declarou que continuará responsável pelos lançamentos e reforçou que todas as decisões serão tomadas “em conjunto com a família e o escritório da artista, sempre com profundo respeito à memória e ao legado de Marília Mendonça”.