Leila Pereira, presidente do Palmeiras, voltou a cobrar medidas mais rígidas de fair play financeiro no futebol brasileiro. Em entrevista nesta segunda-feira (12), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a dirigente afirmou que clubes que acumulam dívidas e atrasam pagamentos não deveriam ter permissão para contratar novos jogadores.
“Eu concordo com a ideia de alguns presidentes, que aqueles clubes que compram jogadores e não pagam, não podem contratar novamente. O Palmeiras é um clube que paga rigorosamente em dia clubes, profissionais, atletas, a gente não atrasa um dia”, destacou.
Recado direto ao Corinthians
Sem citar nominalmente, mas deixando claro o alvo, Leila apontou que o Palmeiras já foi eliminado por equipes com alto grau de inadimplência.
“É imoral! E, às vezes, nós somos desclassificados por clubes que não pagam absolutamente ninguém”, afirmou.
O comentário acontece em meio ao contexto das dívidas do Corinthians, estimadas em mais de R$ 2,5 bilhões, com histórico recente de atrasos salariais e pendências na compra de atletas. Mesmo assim, o rival superou o Palmeiras na final do Campeonato Paulista e o eliminou na Copa do Brasil.
Leila reforçou que o clube alviverde evita vender jogadores para times com problemas financeiros.
“Não tem clubes devendo ao Palmeiras porque, primeiramente, eu vendo pouco para clubes que não pagam ninguém. A grande maioria dos nossos atletas nós vendemos para o exterior, para clubes adimplentes.”

Defesa do modelo SAF
A dirigente também aproveitou a ocasião para defender a transformação dos clubes brasileiros em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), modelo que transfere a responsabilidade financeira para um dono ou investidor.
“Eu acho que a grande solução para os clubes é virar SAF. Com o dono, a responsabilidade é do dono.
Nesses clubes associativos, o presidente fica dois, três anos e quer ganhar todos os campeonatos, fazendo a festa, não pagando absolutamente ninguém.”
Apesar de elogiar o formato, Leila descartou qualquer possibilidade de transformar o Palmeiras em SAF durante seu mandato. “Nunca. Não serei. E acredito que o Palmeiras não vai virar SAF. Não na minha gestão, porque eu jamais proporia esse tipo de modificação para o estatuto do Palmeiras.”
Futuro político no clube
Embora rejeite mudanças estatutárias, há movimentações internas entre aliados para permitir um terceiro mandato consecutivo da dirigente Leila Pereira, o que poderia mantê-la no comando do Palmeiras até 2030.
Com um tom firme e direto, Leila Pereira demonstra manter sua posição: exigir mais responsabilidade financeira dos clubes e preservar a saúde econômica do Palmeiras.