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Plano de paz avança, mas futuro de Gaza segue incerto; Entenda!

Cessar-fogo entre Israel e Hamas marca passo histórico, mas impasses sobre desarmamento, governo e reconstrução da Faixa de Gaza ainda ameaçam estabilidade regional

A libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, realizada na segunda-feira (13), representa o primeiro marco concreto do plano de paz proposto por Donald Trump para encerrar o conflito entre Israel e Hamas. A medida simboliza o início de um cessar-fogo temporário e foi recebida com alívio e cautela pelos dois lados.

A assinatura do acordo ocorreu durante a chamada ‘Cúpula da Paz em Gaza’, na cidade egípcia de Sharm El-Sheik, com a presença de líderes internacionais, mas sem representantes diretos de Israel ou do Hamas. O evento seguiu a libertação dos últimos 20 reféns israelenses vivos que estavam sob custódia do grupo em Gaza.

Para muitos israelenses, o momento trouxe “euforia e sensação de encerramento de uma guerra”, embora familiares de vítimas ainda busquem o retorno dos reféns mortos.

Em contrapartida, em Gaza, a libertação de quase 2 mil prisioneiros palestinos gerou celebrações e esperança, mas também destacou a destruição generalizada deixada pelos bombardeios.

Gaza devastada e incerteza sobre reconstrução

A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária severa. Grande parte de sua infraestrutura foi destruída, os serviços básicos estão paralisados e a economia local praticamente colapsou. Ainda não há consenso sobre quem financiará a reconstrução do território, um processo que pode levar anos.

Enquanto caminhões de ajuda humanitária começam a entrar, o cessar-fogo prevê também a entrega de 24 corpos de reféns israelenses mortos e o envio contínuo de alimentos e suprimentos para a população civil.

Impasses e desafios do plano de paz

Apesar dos avanços, questões críticas permanecem sem solução. A próxima fase das negociações deve tratar de temas como o desarmamento do Hamas, o recuo das tropas israelenses, o futuro governo de Gaza e a criação de forças de segurança internacionais.

Desarmamento do Hamas

O Hamas mantém sua recusa histórica em entregar armas, defendendo o direito à “resistência armada até o fim da ocupação israelense”.

Israel considera o desmantelamento militar do grupo uma condição essencial para qualquer acordo duradouro.

Fontes diplomáticas afirmam que o Hamas pode aceitar o “desmantelamento de armas ofensivas”, entregando-as a um comitê conjunto palestino-egípcio, conforme sugerido por autoridades árabes.

Recuo das tropas israelenses

A retirada militar israelense de Gaza avança lentamente. Segundo o plano de Trump, Israel deverá manter zonas de proteção ao longo da fronteira e o controle do corredor Filadélfia, na divisa com o Egito, até que uma nova força de segurança seja instalada.

O Hamas, por sua vez, aceitou libertar os últimos reféns apenas após receber garantias de retirada total no futuro, ainda sem prazo definido.

Faixa de Gaza
Foto: Reprodução/Google Maps

Forças de segurança e governo de transição

O plano prevê a criação de uma força internacional liderada por países árabes, com apoio de policiais palestinos treinados pelo Egito e pela Jordânia. Essa estrutura substituiria gradualmente as tropas israelenses em áreas-chave da Faixa de Gaza.

Quanto à administração civil, o Hamas aceitou abrir mão do controle e permitir que um grupo de tecnocratas palestinos assuma o governo local.

O projeto também sugere a criação de um organismo internacional de supervisão, responsável pela reconstrução e gestão de Gaza, possivelmente liderado pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Entretanto, Israel rejeita qualquer papel central da Autoridade Palestina, que governa partes da Cisjordânia, e se opõe à criação de um Estado palestino independente neste momento.

Futuro indefinido

Com a guerra suspensa, mas não encerrada, o plano de paz norte-americano entra em uma fase delicada. O desafio agora é transformar o cessar-fogo em uma trégua duradoura e garantir estabilidade política e segurança em uma das regiões mais instáveis do mundo.

Enquanto Trump busca consolidar apoio internacional ao seu projeto, a população de Gaza e Israel observa com esperança — e desconfiança — se o acordo será capaz de pôr fim a décadas de conflito e sofrimento. 

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

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