O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (8) uma atualização sobre os casos de intoxicação por metanol associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo o balanço, o Brasil já soma 259 notificações, das quais 24 foram confirmadas e 235 permanecem em investigação. Outras 145 ocorrências foram descartadas após análise laboratorial.
Casos confirmados e estados mais afetados
Os casos confirmados estão concentrados em três estados:
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São Paulo: 20 confirmações
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Paraná: 3 confirmações
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Rio Grande do Sul: 1 confirmação
Entre as notificações ainda sob análise, a maioria também é de São Paulo, que contabiliza 181 registros em investigação.
Outros estados com ocorrências incluem Pernambuco (24), Paraná (5), Rio de Janeiro (5), Rio Grande do Sul (4), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Espírito Santo (3), Goiás (2), Acre (1), Paraíba (1) e Rondônia (1).
Mortes e investigações em andamento
O levantamento do ministério aponta cinco mortes confirmadas em São Paulo em decorrência da intoxicação.
Outros 11 óbitos seguem em investigação, sendo:
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1 em Mato Grosso do Sul,
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3 em Pernambuco,
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6 em São Paulo,
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1 na Paraíba.
Contexto e alertas das autoridades
Casos de intoxicação por metanol costumam estar ligados à produção e venda ilegal de bebidas alcoólicas. O metanol é uma substância altamente tóxica, utilizada industrialmente, mas imprópria para o consumo humano. Mesmo pequenas quantidades podem causar cegueira, danos neurológicos e até morte.
O Ministério da Saúde reforça a orientação para que a população evite o consumo de bebidas de procedência duvidosa e verifique rótulos e selos de segurança antes da compra.
“É fundamental que o consumidor esteja atento à origem do produto e denuncie suspeitas de adulteração às autoridades sanitárias locais”, destacou o órgão.
O número de mortes causadas por intoxicação por metanol no estado de São Paulo subiu para cinco, conforme boletim divulgado pelo governo estadual nesta quarta-feira (8). As vítimas consumiram bebidas alcoólicas adulteradas com a substância tóxica.
Casos confirmados e vítimas identificadas
Segundo o governo, três das mortes ocorreram na capital paulista, uma em São Bernardo do Campo e outra em Osasco. As vítimas são:
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Ricardo Lopes Mira, 54 anos, São Paulo
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Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos, São Paulo
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Marcelo Lombardi, 45 anos, São Paulo
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Bruna Araújo, 30 anos, São Bernardo do Campo
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Daniel Antonio Francisco Ferreira, 23 anos, Osasco
As duas mortes mais recentes ocorreram nos dias 25 e 28 de setembro.
Além dos óbitos confirmados, o governo contabiliza 20 casos de intoxicação por metanol, com 111 descartados e 181 ainda sob investigação.
Veja fotos de três vítimas da intoxicação por metanol: Marcos Antônio Jorge Júnior, Bruna Araújo e Marcelo Lombardi:

Governo reforça distribuição de antídotos
A Secretaria da Saúde de São Paulo (SES-SP) informou que distribuiu 3 mil ampolas adicionais do antídoto — o álcool etílico absoluto — para 21 centros de referência de saúde pública. Com a nova remessa, já são 5,5 mil doses disponíveis para o tratamento de pacientes intoxicados.
O órgão destacou a importância do atendimento rápido nos casos suspeitos, já que as primeiras horas são decisivas para salvar vidas.
Sintomas de intoxicação
A Secretaria da Saúde também reforçou o protocolo padrão de atendimento para pacientes que apresentem sintomas após o consumo de bebidas destiladas de procedência duvidosa. Os sinais mais comuns incluem:
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Sonolência e tontura
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Dor abdominal, náuseas e vômitos
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Confusão mental e taquicardia
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Visão turva, fotofobia e convulsões
A orientação é procurar imediatamente um serviço de urgência ao apresentar qualquer desses sintomas após ingerir bebidas suspeitas.
Justiça autoriza destruição de garrafas adulteradas
Paralelamente, a Justiça de São Paulo autorizou a destruição imediata de 100 mil vasilhames apreendidos durante a investigação sobre a adulteração das bebidas.
A decisão foi assinada pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal da Barra Funda, após solicitação da Polícia Civil.
Segundo o despacho, os recipientes estavam armazenados em uma empresa de recicláveis que comercializava garrafas de bebidas destiladas sem controle sanitário, de origem ou destino, além de não realizar procedimentos adequados de higienização.