Durante uma partida da Libertadores Sub-20, o atacante Luighi Hanri, de apenas 18 anos, foi alvo de insultos racistas vindos de torcedores do Cerro Porteño.
O episódio, ocorrido durante a vitória do Palmeiras por 3 a 0, provocou comoção dentro e fora de campo.
Visivelmente abalado, Luighi chorou no banco de reservas e, após o jogo, desabafou sobre o sentimento de impotência diante da falta de punição em casos de discriminação racial no futebol.
“É muito triste saber que isso ainda acontece e que muita gente finge não ver”, disse o atleta em entrevista.
O Palmeiras se manifestou oficialmente nas redes sociais, declarando apoio total ao jogador e reforçando o compromisso do clube na luta contra o racismo.
“O Palmeiras repudia qualquer ato de discriminação e seguirá atuando para que o futebol seja um espaço de respeito e igualdade”, afirmou a nota.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também reagiu, anunciando que protocolará uma queixa formal na Conmebol, cobrando sanções severas ao clube paraguaio.
A entidade destacou que não há espaço para omissão diante de casos recorrentes de racismo nas competições sul-americanas.
Em resposta, a Conmebol publicou um comunicado condenando o ocorrido e informou que o caso está sob investigação disciplinar. Segundo o órgão, medidas serão aplicadas conforme o regulamento, embora sem especificar prazos.
A repercussão ultrapassou fronteiras. Jogadores e personalidades do esporte manifestaram apoio a Luighi, entre eles, Vinícius Júnior, que tem sido voz ativa contra o racismo no futebol europeu.
O atacante do Real Madrid compartilhou mensagens de solidariedade e cobrou ações efetivas das autoridades esportivas.
O episódio reacendeu o debate sobre a falta de punições exemplares na América do Sul e a impunidade que perpetua a discriminação.
Para especialistas, é urgente que a Conmebol adote medidas mais firmes, incluindo perda de pontos e suspensão de mandos de campo, para que casos como o de Luighi não se repitam.
Mais do que uma denúncia esportiva, o caso se tornou um símbolo de resistência e urgência por justiça racial no futebol latino-americano.