O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi condenado nesta sexta-feira (3) a 50 meses de prisão — o equivalente a 4 anos, 1 mês e 28 dias. A decisão foi anunciada pelo juiz Arun Subramanian, em Nova York.
Além da pena de reclusão, ele deverá pagar uma multa de US$ 500 mil. Diddy já havia cumprido 1 ano e 17 dias desde sua prisão em setembro de 2024.
A condenação é consequência do julgamento de julho, quando o artista foi considerado culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição. Ele foi absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão.
Segundo a denúncias, Diddy usava seu poder e influência para organizar festas conhecidas como “freak offs” — encontros privados em hotéis onde, de acordo com testemunhas, mulheres eram coagidas a manter relações sexuais sob efeito de drogas, violência e intimidação.
No processo, o rapper enfrentava acusações de tráfico sexual, extorsão e transporte para prostituição. Ao final, foi absolvido das acusações mais pesadas, mas condenado pelas duas de transporte, envolvendo ex-namoradas que relataram abusos físicos, psicológicos e sexuais.
Possíveis penas e disputa entre acusação e defesa
Os crimes pelos quais Diddy foi condenado previam penas de até 20 anos de prisão. A promotoria havia recomendado 135 meses (mais de 11 anos), enquanto a defesa defendia no máximo 14 meses. O juiz, por sua vez, apontava como razoável uma faixa entre 70 e 87 meses (cerca de 6 a 7 anos).
Mesmo com a decisão mais branda, a sentença foi recebida com grande atenção, já que dezenas de pessoas se reuniram em frente ao tribunal aguardando o resultado.
O que disse o juiz
Durante a leitura da pena, o juiz Subramanian afirmou que a prisão será um “período difícil” para o músico.
“Essas cartas, todas aquelas cartas que vi, mostram que você tem um universo de pessoas que te amam. Deixe que elas te elevem agora, assim como você as elevou por tantos anos”, declarou.
O magistrado também se dirigiu às vítimas:
“Para a Sra. Ventura, Jane e as outras vítimas que se apresentaram aqui, só posso dizer: suas famílias estão orgulhosas de vocês.
Quando tiverem idade suficiente, seus filhos estarão orgulhosos de vocês, e eu estou orgulhoso de vocês por contarem ao mundo o que realmente aconteceu”.
No fim da audiência, Subramanian reforçou que uma “sentença substancial” era necessária para mostrar que abusos contra mulheres resultam em punições sérias.
“Boas ações não apagam o poder e o controle que você tinha sobre as mulheres que dizia amar profundamente. Você abusou delas física, emocional e psicologicamente”, concluiu.
O que disse Diddy
Em sua fala, o rapper afirmou estar arrependido:
“As pessoas podem mudar, eu sei que mudei. Às vezes, você precisa passar por experiências da vida. Não são desculpas. Não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro”, disse Combs.
Ele também agradeceu ao júri:
“O júri veio e sacrificou seu tempo no verão. Eles sacrificaram tempo com seus filhos, e eu os agradeço pelos veredictos de inocência”.

Apoio da família
Seis dos sete filhos de Diddy compareceram ao tribunal e prestaram depoimentos em defesa do pai. Quincy Brown, o mais velho, disse que o músico é um “homem transformado”.
Já Justin declarou: “Meu pai é meu super-herói. Ver ele destruído e destituído de tudo é algo que nunca vou esquecer”.
A filha Jessie Combs, emocionada, relembrou a morte da mãe em 2018:
“Sabemos que ele não é perfeito e que cometeu muitos erros, mas ele ainda é nosso pai, e ainda precisamos que ele esteja presente em nossas vidas”.
O caso contra Diddy
A condenação atual faz parte de um processo que começou em 2023, após a cantora Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy, acusá-lo de agressão, coerção e abuso durante o relacionamento. Apesar de um acordo inicial, novas denúncias surgiram, levando às acusações federais.
Diddy foi considerado culpado em dois casos de transporte para prostituição, envolvendo Cassie e outra vítima identificada como “Jane”. Em outros três pontos da acusação, incluindo tráfico sexual, ele foi absolvido.
Quem é Sean “Diddy” Combs
Com 54 anos, Sean John Combs é um dos nomes mais influentes da história do hip-hop. Fundador da Bad Boy Records, lançou artistas como Notorious B.I.G., Usher e Mary J. Blige. Também é empresário de sucesso nos ramos da moda e bebidas.
Seu álbum mais famoso, No Way Out (1997), rendeu um Grammy de Melhor Álbum de Rap e consolidou sua imagem como um dos maiores nomes da música mundial.
O caso segue repercutindo nos Estados Unidos e marca um dos momentos mais delicados da carreira de Diddy, cuja trajetória mistura êxitos musicais e empresariais com acusações graves que agora resultaram em condenação definitiva.
Pena branda de Diddy causa indignação
Nas redes sociais, internautas comentam inconformados sobre a pena de Diddy. “Só 4 anos? Que absurdo!”, disse uma mulher.
“E deu toda uma polêmica isso… no final virou essa pizza!”, afirmou mais uma. “O dinheiro compra qualquer situação mesmo”, apontou um rapaz.
“Isso só pode ser uma piada!”, afirmou outro internauta. “Gente pelo que li e reli o que ele fez , como assim, isso não é nada pensando nas pessoas que ele destruiu”, comentou uma mulher.
“Dinheiro, muito dinheiro.. tendo isso, você pode comprar MUITA coisa e acobertar MUITA sujeira”, disse mais uma.