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Cidade no Japão limita uso de celulares a 2 horas por dia

Nova lei em Toyoake busca incentivar menos tempo de tela e mais convivência familiar

A cidade de Toyoake, localizada em um subúrbio industrial do Japão e com cerca de 68 mil habitantes, entrou para a história ao aprovar uma lei que limita o uso de celulares e dispositivos digitais a duas horas por dia. A medida, inédita no país, entrou em vigor nesta quarta-feira (1º).

Segundo o governo local, o objetivo é reduzir o tempo que moradores passam diante das telas e estimular hábitos mais saudáveis, como dormir melhor e conviver mais com familiares.

Como funciona a lei

A norma foi aprovada na Assembleia Municipal por 12 votos a 7 e prevê que os moradores utilizem celulares, tablets e computadores por, no máximo, duas horas diárias. O período de trabalho e os horários escolares não entram nessa conta.

Apesar disso, não haverá monitoramento nem punições. A aplicação é considerada simbólica, mas, em um país onde há forte pressão social para seguir regras oficiais, a expectativa é de adesão voluntária.

“É muito triste terminar o dia olhando para o smartphone o tempo todo em casa. Espero que os cidadãos mudem de comportamento”, disse o prefeito Masafumi Koki em entrevista ao jornal americano ‘The New York Times’.

homem - celular
Foto: Pexels/Pixabay

Reações da população

A proposta gerou controvérsia. Parte dos moradores criticou a medida, alegando que o governo estaria interferindo demais na vida privada.

A prefeitura recebeu centenas de telefonemas e mensagens de protesto, e uma petição online pedindo a revogação já circula nas redes sociais.

Mesmo assim, o prefeito defendeu a iniciativa: “Não me importo nem um pouco em enfrentar críticas. Só quero que as famílias tenham mais tempo para se comunicar e que mais pessoas durmam mais”.

Ele é pai de duas crianças, de 7 e 10 anos, e afirma acreditar no impacto positivo da nova diretriz.

Expectativas para o futuro

Autoridades de Toyoake esperam que a lei sirva como exemplo para outras cidades japonesas, em meio ao crescente debate sobre excesso de tempo em frente às telas e seus impactos na saúde mental e social.

Se a iniciativa vai ganhar força em outras regiões do país ainda é incerto, mas o caso já coloca Toyoake no centro da discussão global sobre os limites do uso da tecnologia.

Maysa Vilela

Jornalista curiosa por natureza, com mais de 10 anos de estrada, movida por conexões fortes, viagens e boas histórias. Acredita que ouvir é o primeiro passo pra escrever com propósito. No Ocorre News, segue conectando pessoas através das palavras.

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