A cidade de Toyoake, localizada em um subúrbio industrial do Japão e com cerca de 68 mil habitantes, entrou para a história ao aprovar uma lei que limita o uso de celulares e dispositivos digitais a duas horas por dia. A medida, inédita no país, entrou em vigor nesta quarta-feira (1º).
Segundo o governo local, o objetivo é reduzir o tempo que moradores passam diante das telas e estimular hábitos mais saudáveis, como dormir melhor e conviver mais com familiares.
Como funciona a lei
A norma foi aprovada na Assembleia Municipal por 12 votos a 7 e prevê que os moradores utilizem celulares, tablets e computadores por, no máximo, duas horas diárias. O período de trabalho e os horários escolares não entram nessa conta.
Apesar disso, não haverá monitoramento nem punições. A aplicação é considerada simbólica, mas, em um país onde há forte pressão social para seguir regras oficiais, a expectativa é de adesão voluntária.
“É muito triste terminar o dia olhando para o smartphone o tempo todo em casa. Espero que os cidadãos mudem de comportamento”, disse o prefeito Masafumi Koki em entrevista ao jornal americano ‘The New York Times’.

Reações da população
A proposta gerou controvérsia. Parte dos moradores criticou a medida, alegando que o governo estaria interferindo demais na vida privada.
A prefeitura recebeu centenas de telefonemas e mensagens de protesto, e uma petição online pedindo a revogação já circula nas redes sociais.
Mesmo assim, o prefeito defendeu a iniciativa: “Não me importo nem um pouco em enfrentar críticas. Só quero que as famílias tenham mais tempo para se comunicar e que mais pessoas durmam mais”.
Ele é pai de duas crianças, de 7 e 10 anos, e afirma acreditar no impacto positivo da nova diretriz.
Expectativas para o futuro
Autoridades de Toyoake esperam que a lei sirva como exemplo para outras cidades japonesas, em meio ao crescente debate sobre excesso de tempo em frente às telas e seus impactos na saúde mental e social.
Se a iniciativa vai ganhar força em outras regiões do país ainda é incerto, mas o caso já coloca Toyoake no centro da discussão global sobre os limites do uso da tecnologia.