Argentina concede prisão domiciliar a foragidos do 8 de janeiro que romperam tornozeleira

Brasileiros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro poderão aguardar decisão final fora de penitenciárias argentinas, sob monitoramento eletrônico

A Justiça da Argentina decidiu conceder prisão domiciliar a três brasileiros condenados no Brasil pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

A medida beneficia Ana Paula de Souza, Rodrigo de Freitas Moro Ramalho e Wellington Luiz Firmino, que aguardam a decisão final sobre seus processos de extradição.

A decisão foi assinada pelo juiz federal argentino Daniel Rafecas, o mesmo que determinou, no início do mês, a extradição dos foragidos ao Brasil. Apesar disso, os três recorreram e permanecem em prisão preventiva, agora convertida em regime domiciliar.

Presos desde novembro de 2024, após pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), eles deverão cumprir a domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, entrega dos passaportes ao tribunal e notificação à Interpol, que foi informada da proibição de saída do território argentino.

A concessão do benefício chamou atenção porque Ramalho e Souza romperam as tornozeleiras eletrônicas no Brasil antes de deixarem o país.

Ainda assim, o juiz entendeu que medidas alternativas poderiam ser adotadas enquanto o processo de extradição não é concluído.

Na última sexta-feira (12), Rafecas já havia concedido prisão domiciliar a Joel Borges Correa, outro foragido do 8 de janeiro. A expectativa, segundo fontes judiciais, é que Joelton Gusmão de Oliveira, também com extradição determinada, receba o mesmo benefício.

Uma sexta brasileira, Sirlene de Souza Zanotti, foi presa no início do mês ao tentar atravessar a fronteira para o Paraguai. O pedido de extradição dela ainda não foi julgado.

Os foragidos foram condenados no Brasil a penas que variam entre 13 e 17 anos de prisão. Todos solicitaram refúgio à Comissão Nacional para os Refugiados (Conare) da Argentina, que ainda não se manifestou.

O Ministério Público argentino não se opôs à prisão domiciliar. Para o promotor Carlos Rívolo, a medida representa uma “solução equilibrada”, já que o processo pode se estender por tempo indeterminado, sem prazo definido para decisão da Suprema Corte argentina ou da Conare.

José Elias

José Elias Mendes, mais conhecido como Dolfo, já foi reconhecido pelo ranking Top 10 Jornalistas Brasileiros do LinkedIn. Por lá, fala um pouquinho de tudo e está sempre aberto a conversar. Por aqui, atua como repórter para o site do OCorre News.

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