O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, teve prisão domiciliar decretada nesta quinta-feira (18) e foi afastado do cargo durante uma nova fase da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A investigação apura um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS, ocorrido entre 2019 e 2024, que pode ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões a beneficiários da Previdência Social.
Portal era o substituto direto do ministro Wolney Queiroz e ocupava o posto de número dois da pasta. Após o afastamento, o ministro se reuniu com o chefe da Casa Civil, Rui Costa, no Palácio do Planalto, para tratar das graves suspeitas envolvendo a cúpula do ministério.
Jornalista com 23 anos de atuação no Congresso Nacional, Adroaldo Portal foi chefe de gabinete do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que também foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta fase da operação.
Operação Sem Desconto
Nesta etapa, a PF e a CGU cumprem 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares em diferentes estados do país.
Além de Adroaldo Portal, estão entre os alvos:
-
Weverton Rocha (PDT-MA), senador da República
-
Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Antunes Camilo, o “Careca do INSS”, preso nesta fase
-
Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis, também preso
Em novembro, a PF já havia prendido o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além de outros dirigentes e empresários ligados a entidades que operavam os descontos.
Segundo as investigações, associações e confederações firmavam convênios com o INSS para descontar valores diretamente dos benefícios, muitas vezes sem autorização dos aposentados e pensionistas ou com documentos fraudulentos.
Quem é Adroaldo Portal
Adroaldo Portal ocupou cargos estratégicos em diferentes governos. Entre fevereiro de 2023 e maio de 2025, foi secretário do Regime Geral de Previdência Social. Posteriormente, assumiu a secretaria-executiva do ministério.
Também atuou como:
-
Chefe de gabinete da bancada do PDT na Câmara
-
Chefe de gabinete no Senado durante a Reforma da Previdência
-
Secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações no governo Dilma Rousseff
-
Presidente do Conselho de Administração dos Correios
-
Conselheiro Fiscal da Telebras
A defesa de Portal ainda não se manifestou publicamente.


