A trend “morango do amor” tomou conta das redes sociais nos últimos dias e virou também assunto quente na imprensa e nos bastidores do agronegócio.
A mistura que combina morango fresco, brigadeiro de leite em pó e calda de açúcar cristalizada se tornou febre entre consumidores e provocou impactos diretos no mercado de morangos em São Paulo.
Segundo Fernando Beppu, de 49 anos, pai de Yan Beppu, dono da distribuidora Morango do Yan, em Carapicuíba, a explosão de demanda pegou até os mais experientes de surpresa.
“O morango do amor já vem sendo desenvolvido há algum tempo, mas o boom aconteceu agora. Nos pegou de surpresa, apesar da gente conseguir prever um pouco do que vai acontecer no mercado, através de estudo”, contou ao Metrópoles.
O crescimento repentino no consumo fez com que Fernando e o filho aumentassem drasticamente a jornada de trabalho: “Estamos há duas semanas começando às 3h da manhã e terminando quase meia-noite. As noites têm sido muito curtas”, relatou.
De acordo com ele, o momento é inusitado: nesta época do ano, o morango costuma ter baixa procura e queda de valor. Com a nova onda, porém, o preço da fruta teve alta de até 70% desde a semana passada.
Morango do amor gera preocupação
Fernando comparou o mercado da fruta à bolsa de valores. Segundo ele, um local conhecido como “casinha”, no sul de Minas Gerais, funciona como referência diária de precificação.
“Todo dia tem um preço diferente do morango. Da semana passada pra cá, teve 70% de aumento. Conseguimos multiplicar nosso ganho em cinco vezes. É uma coisa absurda”, afirmou.
Apesar do faturamento expressivo, o distribuidor demonstra preocupação com o impacto da alta no público fiel. “Temo que o cliente diário do morango se assuste com os preços e nos abandone. É um risco real”, admitiu.
